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Análise técnica e fundamentalista

por José Amaral
Sexta-feira, 2 de maio de 2008 -10h39
A participação no mercado futuro do boi gordo vem aumentando ano a ano. Em 1998 foram cerca de 88 mil contratos negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o correspondente a cerca de 1,76 milhão de animais. Já em 2007, foram mais de 610 mil contratos negociados, o que corresponde a mais de 12,2 milhões de animais.

Ressalta-se que nem todos os contratos correspondem a animais efetivamente existentes a campo. Há quem negocie sem ter o boi, especulando. De qualquer forma, o mercado futuro tem sido uma ferramenta cada vez mais utilizada.

QUANDO ENTRAR E SAIR?

Mas apesar do seu crescimento, o mercado futuro ainda é cercado de dúvidas. Qual o melhor momento para entrar ou sair do mercado futuro? Essa resposta pode ter o auxílio de duas ferramentas.

Duas “correntes” de pensamento baseiam as decisões de vários investidores participantes dos mercados futuro: a análise técnica (AT) e a análise fundamentalista (AF).

As duas análises são completamente diferentes e se baseiam em premissas distintas. A técnica (também conhecida como análise gráfica) basicamente utiliza cálculos matemáticos de pouca ou extrema complexidade, tais como: Índice de Força Relativa, MACD (Moving Average Convergence Divergence), Estocástico, OBV (On Balance Volume), Modelo de Black e Scholes, Candlestick, Fibonacci, entre outras.

A utilização da AT não deve se basear em apenas um indicador, sendo necessário um amplo conjunto de diferentes análises (momento, tendência e volume) para se chegar a uma conclusão.

A AT normalmente está vinculada ao curto prazo, sendo de extrema importância para definição sobre qual o momento ideal de entrada e saída do mercado.

A análise fundamentalista (AF), por sua vez, está vinculada com o longo prazo e não leva muito em consideração eventuais volatilidades e “mau-humor” de mercado.

As commoditie geralmente formam um mercado quase perfeito, a mercê basicamente da oferta e demanda. Salvo algumas exceções (como o aparecimento de focos de aftosa ou embargos às exportações), o preço em vigência fica em equilíbrio entre os compradores e vendedores (quanto menos boi disponível, mais o boi sobe).

No caso específico do boi, questões como o abate de matrizes, endividamento dos produtores, preços dos insumos para investimentos, ou quaisquer fatores que reflitam na economia e produtividade da maioria dos pecuaristas também devem ser levados em consideração.

As duas análises são de extrema importância quando se decide pelo investimento. Uma leva em consideração o melhor momento no curto prazo para investir, outra mostra um cenário favorável ou desfavorável para o setor.

Os produtores também devem estar cientes do capital necessário para se participar deste mercado.