As vendas de sêmen estão diretamente relacionadas à quantidade de fêmeas em reprodução.
A participação de fêmeas nos abates totais dá uma boa idéia do investimento do pecuarista na atividade de cria.
Reter matrizes, por si só, já é investimento, uma vez que estas poderiam ser engordadas e gerar caixa com a venda ao frigorífico.
No primeiro trimestre do ano normalmente existe participação maior de fêmeas nos abates totais devido ao descarte de fêmeas vazias, após a estação de monta.
Entre janeiro e março tivemos participação de 37,7% de fêmeas nos abates formais. Em 2009 essa participação foi de 41,1% e em 2008, de 45,3% (IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Observe na figura 1 a correlação entre o abate de fêmeas no primeiro trimestre de cada ano e as vendas de sêmen.
A diminuição da participação de fêmeas nos abates indica que o pecuarista está mantendo um número maior de fêmeas no rebanho.
Os preços firmes do boi gordo e da reposição no primeiro quarto do ano são fatores que influenciam positivamente na retenção de fêmeas.
Observe na figura 2 as participações de fêmeas nos abates no primeiro trimestre, em São Paulo e Mato Grosso do Sul.
A menor participação de fêmeas nos abates paulistas se deve à maior participação da atividade de engorda no estado, em relação à cria.
No Mato Grosso do Sul, mesmo antes da crise de preços deflagrada com a febre aftosa em outubro de 2005, as fêmeas compuseram 57,0% dos abates no primeiro trimestre, ante os 41,3% deste ano.
Os preços firmes favorecem a opção pelo investimento em cria.
Adicionando isto à regressão contínua do abate de matrizes, 2010 deve ser um ano de resultados positivos para as vendas de sêmen.