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Reprodução atrelada ao câmbio?

por Lygia Pimentel
Quinta-feira, 10 de setembro de 2009 -15h06
No último ano o mercado de produtos veterinários sentiu os efeitos da crise mundial. Após o impacto negativo sobre os preços pecuários, a demanda caiu consideravelmente.

A crise serviu também para acelerar o processo de concentração dos agentes dessa cadeia.

REPRODUÇÃO

Vamos analisar o que tem ocorrido no mercado de reprodução.

Tomemos como base um protocolo de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) à base de benzoato de estradiol, dispositivo intravaginal de progesterona, prostaglandina e FSH.

O efeito do câmbio sobre os preços é evidente. Isso porque uma boa parte desses medicamentos é importada.

Na figura 1 temos as variações do preço desse “protocolo-exemplo” para IATF e do dólar no período de junho de 2008 a agosto de 2009.



A partir de setembro, com os primeiros sintomas do colapso econômico, houve valorização da moeda americana. Com o dólar valorizado, os preços dos hormônios utilizados na reprodução subiram.

O dólar subiu mais intensamente em setembro, mas apenas em dezembro essa alta foi repassada para os hormônios. Isso aconteceu, provavelmente, em função dos estoques das empresas ou porque, diante da retração das compras, seria temerário repassar de imediato um aumento de preços.

Com preços mais altos e com a crise, as revendas reduziram os estoques e passaram a comprar menos e com maior freqüência.

Isso fez com que a queda dos preços dos medicamentos viesse quase que simultaneamente à queda da moeda americana, em março.

O dólar, de agosto de 2008 a agosto de 2009, subiu 13,7% e o custo do protocolo-exemplo subiu 14,7%.

O efeito do câmbio sobre os custos da IATF é bastante evidente.