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Na hora da compra: o que buscar?

por Leonardo Alencar
Quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008 -17h22
A compra de tourinhos “melhoradores” é uma importante ferramenta para o desenvolvimento genético em uma propriedade. Mesmo quando o produtor utiliza a inseminação artificial, há o repasse com touros. Portanto, é imprescindível adquirir animais de qualidade geneticamente comprovada.

FATORES IMPORTANTES

Primeiramente, devemos levar em consideração a carga genética que o animal trará para o rebanho, podendo esta aumentar ou diminuir as características desejáveis.

Em geral, quando os tourinhos são submetidos a algum programa de seleção/avaliação, é esperado que promovam um aumento na qualidade genética para algumas características, ou seja, os filhos deverão ser geneticamente melhores que os pais. Por isso também é preciso fazer uso de animais jovens, realizando a reposição periodicamente.

O tempo médio do serviço reprodutivo de um touro é de 10 anos. Isso favorece a endogamia, que consiste no cruzamento entre animais com algum grau de parentesco. A endogamia pode ocasionar redução no aparecimento das características desejáveis e de importância econômica. Por isso, o recomendado é a reposição do animal de 2 em 2 anos.

Os animais devem possuir qualidade comprovada, com certificado de origem.

Outro fator importante é confirmar se o animal está apto para a reprodução através do exame andrológico, evitando problemas posteriores à compra.

Também é recomendado os exames de brucelose e tuberculose, para evitar uma possível introdução das enfermidades no rebanho.

Outro fator importante é uma boa avaliação visual. O produtor que está familiarizado com o comércio de tourinhos sabe que um bom reprodutor apresenta características zootécnicas que evidenciam se ele trará ou não benefícios à propriedade.

Essas características zootécnicas são formadas, em geral, por padrões relativos à fisionomia do animal: chanfro convexo, perímetro escrotal, pigmentação escura nas extremidades e, principalmente, bons aprumos.

BOM MANEJO

As principais características a serem transmitidas aos descendentes são precocidade, velocidade em ganho de peso e bom acabamento da carcaça, além de resistência ao clima e parasitoses. Mas para que o animal esteja apto a efetuar a monta de maneira eficiente, alguns cuidados devem ser levados em conta antes da estação de monta.

O tourinho recém chegado passou por um alto nível de stress, após o embarque, transporte e desembarque.


Por isso, é recomendado que ele passe por período de pastejo nas melhores áreas da fazenda, recebendo um suplemento mineral de qualidade. O arraçoamento não é necessário, mas pode ser feito em pequenas quantidades.

A relação touro:vaca também é um fator importante. Para o tourinho, a relação utilizada é de 1:30, de modo a não diminuir a sua eficiência.

A observação periódica é importante para verificar o comportamento do reprodutor. Deve-se fechar o rodeio para que haja reconhecimento das fêmeas, além de eliminar efeitos de dominância.

CONCLUSÕES

A compra de tourinhos deve ser feita com atenção, buscando animais com certificado de origem e boas características a serem transmitidas.

O manejo correto é imprescindível para o bom desempenho do animal e sem ele a monta não se dará de maneira eficiente.

A genética deve ser aliada a um bom manejo reprodutivo. Na verdade, esta não expressa todo seu potencial sem a colaboração de um bom manejo, da mesma forma que um manejo reprodutivo de ponta não se justifica sem uma boa genética.