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Exportações em 2010: queda no volume, mas segundo maior faturamento da história

por Gustavo Aguiar
Terça-feira, 11 de janeiro de 2011 -18h26
Para o comércio externo de carne bovina do Brasil, assim como ocorreu no mercado interno, 2010 representou preços recordes.

Com números preliminares para dezembro, o preço médio da carne exportada ficou em US$2.584,40 por tonelada.

Este valor é 21,6% superior ao obtido em 2009 e 38,0% maior do que a média desde 2005.

Para o volume exportado, no entanto, 2010 poderia ter sido melhor.

O Brasil exportou 1,925 milhão de toneladas equivalente carcaça (tec), considerando também valores preliminares para dezembro.

Este volume foi 3,8% inferior ao de 2009 e 15,9% menor do que a média desde 2005.

Observe na figura 1 a evolução do volume e faturamento total das exportações brasileiras nos últimos dez anos.



Com relação ao volume, existiam boas expectativas até agosto, quando foi registrado o maior valor mensal após a crise.

Mas a tendência de recuperação não foi confirmada, e como vimos, o volume anual exportado foi inferior ao de 2009.

Mesmo assim, os preços de exportação tornaram o faturamento de 2010 o segundo maior da história do país, ficando atrás apenas do de 2008.

Conjuntura mundial

O Brasil não foi o único a ainda não se recuperar dos efeitos da crise econômica de 2008.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o comércio mundial de carne bovina caiu ano a ano em volume desde 2007. Observe a figura 2.



A queda anual foi de 1,1% em 2008, 2,2% em 2009 e 0,9% em 2010, totalizando uma diminuição de 4,2% desde o pico de comercialização, em 2007.

Perspectivas

Alguns fatores serão importantes para o cenário dos negócios em âmbito mundial.

Estes fatores, dentre outros, são: a retomada da economia da União Européia, que ainda enfrentou dificuldades em 2010; a posição de importantes agentes (players) no mercado, como os EUA (boa recuperação desde a queda causada pela vaca louca, em 2004) e Argentina (forte queda em 2010, por interferências políticas); e o próprio preço da carne no mercado interno, capaz de alterar a dinâmica de exportação.

Por fim, em médio prazo, acreditamos que o Brasil possua vantagens competitivas, em termos de estrutura de rebanho e produção, em relação aos concorrentes.

Para relembrar a análise do ciclo pecuário em importantes participantes do comércio global de carne bovina, clique aqui .