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Milho transgênico - o governo não quer, mas a justiça libera

por Maria Gabriela Tonini
Quinta-feira, 9 de junho de 2005 -21h00
SOJA

  • A soja responde pelo maior valor bruto da produção agropecuária do Brasil. Em 2003 o complexo soja gerou R$34,73 bilhões para o país. Em 2004, o valor saltou para R$40,34 bilhões, incremento de 16,15% fortalecendo a liderança da oleaginosa. Mas, em função dos problemas enfrentados dentro e fora do campo, o quadro vai ser diferente em 2005.

  • O complexo soja deve perder o topo da classificação para a carne bovina. A queda do valor bruto da produção da soja deve ser de aproximadamente 38%, ficando em R$24,98 bilhões.

  • As exportações brasileiras de soja também caíram. De US$1,1 bilhão em maio de 2004, para US$901,9 milhões em maio de 2005. A queda aconteceu, principalmente, em função da retração dos preços do grão e derivados.

  • O volume de grãos exportados diminuiu, mas em compensação o volume de farelo e óleo exportados aumentou.

    MILHO

  • Apesar da proibição dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, ao ingresso do milho transgênico no país, a Associação Avícola de Pernambuco conseguiu autorização da Justiça para a compra de milho geneticamente modificado da Argentina.

  • A avicultura e a suinocultura do Estado passam por dificuldades de abastecimento, em função quebra da produção na última safra de milho. O grão importado só foi liberado para a alimentação animal.

  • O Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Norte e Nordeste foram ligeiramente beneficiados com o leilão de 170 mil toneladas de milho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Uma quantia irrisória.

  • Somente em Santa Catarina, o déficit está estimado em 1,90 milhão de toneladas. Talvez seja necessária a importação de milho argentino transgênico, o que pode levar a uma nova disputa entre justiça e governo.

  • O Paraná, apesar de fornecer parte do milho posto a leilão, teve prejuízo de R$12 bilhões por conta da seca.