H-Bio, assim como o biodiesel, busca reduzir a dependência brasileira em relação aos combustíveis fósseis e diminuir a agressão ao meio ambiente. Apesar do H-Bio reduzir as emissões de enxofre, ele não reduz as emissões de monóxido de carbono, enquanto que o biodiesel reduz ambos.
Mas o que é o H-Bio? Esse novo combustível é obtido através da adição de óleo vegetal no processo de refino do óleo diesel. O produto final já sai pronto das refinarias e apresenta as mesmas características do diesel fóssil.
O biodiesel, entretanto, é produzido em unidades voltadas exclusivamente à sua fabricação, para posteriormente ser adicionado ao diesel fóssil.
A Petrobras, nos primeiros testes com o H-Bio, obteve bons resultados. Assim como o biodiesel, não são necessárias alterações nos motores para a utilização dos novos combustíveis.
A primeira das vantagens obtidas com o H-Bio seria a redução de 15% na importação de diesel em 2007 e até 25% em 2008, economizando US$240 milhões.
Outra vantagem da utilização do H-Bio seria o efeito proporcionado ao mercado de óleos vegetais, em especial para a soja. Considerando que a soja já possui uma infra-estrutura de distribuição, sua utilização pode representar vantagens em relação à utilização de outros óleos.
O mercado de soja, portanto, teria mais uma alternativa, além da utilização na indústria animal, alimentação humana e produção de biodiesel.
Porém existem entraves ao H-Bio. Sua produção somente é viável em refinarias que detenham a tecnologia de HDT (hidrotratamento), que será utilizada no processo de retirada de oxigênio do H-Bio. Existem atualmente apenas sete refinarias com unidades de HDT no País.
A capacidade instalada de produção de diesel pelo processo de HDT é de 36% do volume consumido. Nos Estados Unidos esse porcentual é de 73%. O custo de uma nova unidade de HDT ultrapassa os US$200 milhões, sendo aparentemente inviável caso o objetivo seja apenas a produção de H-Bio.
O H-Bio é, junto com o biodiesel e o álcool, uma opção energética que apresenta vantagens ambientais. A existência de inúmeras fontes de energia é favorável para reduzir a dependência ao combustível de origem fóssil.
O fato de o Brasil precisar importar petróleo leve, apesar de sua auto-suficiência declarada pelo governo, é mais uma razão para que pesquisas por novas matrizes energéticas sejam intensificadas.
