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Cobertura vegetal perene na cultura do milho

por Pamela Alves
Segunda-feira, 22 de agosto de 2011 -10h32
Um estudo conduzido por um grupo do Departamento de Agronomia da Iowa State University (ISU, sigla em inglês), nos Estados Unidos, afirma que utilizar práticas agronômicas padrões juntamente com o uso de cobertura vegetal perene entre as linhas na plantação de milho pode preservar os nutrientes do solo e o próprio solo, sem afetar a produção.

Produtores mostram resistência em utilizar cobertura de solo perene devido à competição com o milho por nutrientes, risco da cobertura se tornar invasora e o manejo. O estudo apontou a Kentucky bluegrass, dentre os vários tipos de gramíneas testados, como um tipo de gramínea de manejo conhecido dos produtores e que não prejudica o milho.

A utilização de cobertura vegetal perene para manter e melhorar o solo como alternativa aos resíduos da colheita de milho tem sido foco de pesquisas.

Os resíduos da colheita do milho (palha) que ficam no solo ajudam a reduzir a erosão e se tornam nutrientes para o solo. Paralelamente, os resíduos são retirados e utilizados para a produção de biocombustíveis, o que prejudica o solo.


Agrônomos temem que a remoção dos resíduos do milho que ficam no solo para a produção de biocombustíveis pode vir a ser causa de um aumento na erosão enquanto que o solo não erodido sofreria com perda de nutrientes. O grupo responsável pelo estudo afirma que os resultados iniciais são animadores, porém mais testes são necessários, como por exemplo, observar o desenvolvimento da planta em vários tipos de climas e solos.

O Laboratório Nacional para Agricultura e Ambiente (NLAE, sigla em inglês), colaborador no projeto da ISU, também vê potencial no uso da Kentucky bluegrass como cobertura de solo na cultura de milho. O estudo também aponta que os resultados do tratamento com a Kentucky bluegrass sem uso de herbicida não diferiram significativamente do tratamento controle. Uma vantagem ao ambiente.

Combinando os resultados com o de pesquisas anteriores, o grupo estima que, embora ainda seja difícil dizer com exatidão, a gramínea Kentucky bluegrass substitui quase a mesma quantidade de carbono no solo que os resíduos do milho. E as culturas de cobertura proporcionam 85% de cobertura do solo, deixando apenas 15% susceptível à erosão. Proporcionam também supressão de insetos e daninhas durante a temporada de crescimento do milho.

No meio oeste Americano, existiam anteriormente uma série de gramíneas que desempenhavam funções de proteção o solo e à qualidade da água simultaneamente. Hoje em dia, existem gramíneas que desempenham uma função apenas, seja no tocante ao solo ou à água.

O estudo está encontrando uma alternativa que forneça proteção ao solo, à água e ao meio ambiente e que não prejudique uma cultura rentável e importante, o milho.

Fonte: Science Daily News. Adaptado pela redação do Science Daily News com dados fornecidos pela Iowa State University.