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Mercado da soja

por Maria Gabriela Tonini
Sexta-feira, 28 de outubro de 2005 -10h03
SOJA

  • A questão sanitária no Brasil passa por um momento delicado. Além da preocupação em restringir a febre aftosa às localidades contaminadas e suportar os prejuízos da repercussão alarmista do fato, vivemos também a apreensão frente a ocorrência de gripe aviária em vários países. Agora devemos também dedicar atenção à ferrugem asiática na soja.

  • A confirmação da existência da doença em Primavera do Leste (MT), Palmeira (PR), Londrina (PR) e Goiânia (GO) deve servir como alerta aos sojicultores e autoridades do País.

  • Nessa mesma época, no ano passado, começaram a surgir focos, que com um empurrãozinho do clima em algumas regiões, provocou estragos na última safra. Aliás, o clima adverso provocou estragos tanto pelo excesso quanto pela falta de chuvas em determinadas regiões.

  • Estima-se que desde 2001, quando o fungo foi detectado nas lavouras brasileiras, os prejuízos somam U$2,0 bilhões, considerando os gastos com defensivos e redução da produtividade.

  • Para a próxima safra, a situação pode se tornar mais crítica. Com a quebra da última colheita e preços baixos, os agricultores provavelmente investirão menos em tecnologia.

  • Há produtores com dívidas da safra anterior, em função da baixa rentabilidade da atividade, que não devem conseguir liberação de crédito para a atual. E, devido à restrição do financiamento disponível nos bancos, provavelmente vão investir menos esse ano.

  • O risco da ferrugem asiática se alastrar aumenta se considerarmos as atuais condições climáticas. Em Primavera do Leste (MT), onde há confirmação da doença, o clima está propício ao seu desenvolvimento. Tem chovido há alguns dias. Além disso, o aparecimento da ferrugem no início do plantio pode trazer maiores prejuízos pela necessidade de mais aplicações de fungicidas.

  • Enquanto isso, os preços pouco se modificam no mercado nacional. Continuam frágeis, vulneráveis às oscilações da Bolsa, conforme vão surgindo novos fatos. O último é a constatação da gripe aviária na Europa e outros países, o que pode interferir na demanda mundial de soja e, conseqüentemente nos preços internos.