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Relatório do USDA reaquecem o mercado da soja

por Rafael Ribeiro
Sexta-feira, 3 de abril de 2009 -09h53
O mercado internacional da soja voltou a operar em alta na primeira semana de abril, depois de recuar por causa da falta de informações que dessem suporte às cotações. O aquecimento do mercado se deu basicamente em função do conteúdo dos dois relatórios divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), no último dia 31.

O primeiro diz respeito à estimativa de área plantada nos EUA: foi confirmado o aumento na área de soja no país para a safra 2009/2010, que deverá ocupar 30,77 milhões de hectares. Apesar de a área ser 0,4% maior que a safra passada, o que representaria um recorde, as estimativas estão abaixo do esperado pelo mercado, que era de 32,07 milhões de hectares.

O segundo relatório trata dos estoques norte-americanos de grãos: de acordo com o USDA, o volume de soja estocada, em março, foi 9% menor que no mesmo período do ano passado, principalmente pela maior demanda (aqui podemos citar a China, com as importações aquecidas no começo de 2009).

Dessa forma, o quadro de oferta e demanda de soja nos EUA deverá ser um pouco mais apertado do que se esperava. A alta nas cotações é vista como uma tentativa do mercado de atrair produtores para o plantio da leguminosa, que está se iniciando nos Estados Unidos.

O relatório do USDA prevê ainda reduções em relação à safra passada para as áreas plantadas de milho (1,2%), algodão (6,8%) e trigo (7,1%).

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os contratos futuros da soja com vencimento em maio fecharam em US$9,52/bushel (1/04).

Bushel de soja=27,216kg


MERCADO INTERNO

As notícias de alta na Bolsa de Chicago animaram o mercado interno, que registrou um bom número de negócios com soja neste início de mês.

Os produtores de milho, no entanto, continuam regulando a oferta do cereal esperando, com isso, uma recuperação de preços.

A maior preocupação por parte dos produtores é com a crise de inadimplência que se espalha pelo setor de grãos, em especial da soja, do milho e do algodão. Algumas grandes empresas não estão conseguindo saldar suas dívidas junto aos produtores.

Segundo informações da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, a FAEG, tem empresa pedindo 20 anos de prazo para pagar a dívida, com dois anos de carência, o que é inaceitável para um agricultor.