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Ajuda do governo americano e protestos na argentina aquecem o mercado internacional da soja

por Rafael Ribeiro
Sexta-feira, 27 de março de 2009 -19h28
O mercado internacional da soja teve fortes ganhos na quarta semana de março. Os fundamentos de oferta e demanda ficaram um pouco de lado diante do anúncio do apoio financeiro pelo governo norte-americano à economia do país e pelos protestos e greve dos produtores rurais na Argentina.

O Banco Central dos Estados Unidos (FED, sigla em inglês) pretende injetar mais de um trilhão de dólares, através de um pacote de ajuda, nos bancos norte-americanos.

Na Argentina, os produtores rurais protestam contra o imposto cobrado na exportação da soja, que atualmente é de 35%. A carne bovina é taxada em 15%. Os manifestantes bloquearam boa parte das vias de escoamento da produção, o que tem dificultado os embarques.

Países importadores de soja estão preocupados com a situação argentina. A China deverá importar mais soja dos Estados Unidos, temendo uma greve de proporções maiores no país sul-americano.

Na Bolsa de Chicago (CBOT, em inglês), essas notícias impulsionaram as cotações dos contratos com vencimentos mais próximos. A maior demanda pela soja dos EUA pode diminuir os estoques da safra 2008/2009.

Os contratos com vencimento em maio fecharam em US$9,55/bushel, já aqueles com vencimento em novembro continuam abaixo dos US$9,00/bushel. Estes contratos referem-se, em geral, à safra norte-americana e, de acordo com os últimos relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a área plantada de soja este ano deverá ser maior.

A alta no preço do barril do petróleo, negociado acima dos US$50,00, e a desvalorização do dólar frente outras moedas estrangeiras também contribuíram para o mercado em alta.

Bushel de soja=27,216kg

MERCADO INTERNO - SOJA E MILHO

No mercado interno, as cotações futuras da soja e os preços no mercado físico subiram impulsionados pela Bolsa de Chicago.

A valorização da soja empurrou as cotações do farelo de soja para cima, alta de 8,4% em relação aos preços no início do mês. Segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonelada do farelo de soja é comercializada a R$780,00, em São Paulo.

No caso do milho, mesmo com o mercado internacional em alta, os negócios no mercado interno acontecem conforme avança a colheita do cereal e existe a necessidade do produtor fazer caixa. A tonelada de milho é vendida a R$334,00, em São Paulo.