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Queda nos preços das commodities

por Leopoldo Viganó
Quinta-feira, 4 de dezembro de 2008 -08h26
Dezembro começou com mercado turbulento. Na bolsa de Chicago (CBOT) a soja iniciou o mês em queda, assim como a maioria das commodities. Os motivos foram, principalmente, a valorização da moeda norte-americana, os ajustes dos fundos de investimentos e a queda nas cotações do petróleo (principal componente da maioria dos fundos indexados às commodities).

Os fatores climáticos, como chuvas em excesso ou até mesmo a falta dela, também são responsáveis por pressionar os preços, além de estarem prejudicando o cultivo de grãos em algumas regiões do País.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, o plantio de soja está atrasado. Se em outubro o problema foi chuva em excesso, agora o entrave é a falta dela. A germinação já começou a ser prejudicada.

Em Santa Catarina os problemas causados pelas chuvas em excesso foram imensos. As áreas mais atingidas foram as de cultivo de feijão, com 80% dos produtores prejudicados pelas chuvas. Os danos causaram um prejuízo de R$124 milhões. Já nas áreas de milho e soja a situação foi exatamente o oposto, a falta de chuva nas regiões de cultivo que causou estragos. Ainda não se chegou a um valor estimado para os prejuízos causados.

Um outro fator de grande importância é a retração da demanda decorrente do cenário da crise financeira mundial.

O Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), reduziu a perspectiva para o consumo de grãos no mundo em dois milhões de toneladas em relação à previsão de outubro, totalizando um consumo de 1,745 bilhão de toneladas.

Os estoques mundiais devem permanecer ajustados, ficando em 307 milhões de toneladas, 24 milhões a mais do que na safra passada.

Com o desânimo decorrente dos preços das commodities, o IGC apontou que a área plantada de trigo terá uma retração de aproximadamente 1,6%, passando para 221,7 milhões de hectares em 2009.

Mas, por outro lado, os preços dos insumos tendem a cair, seguindo o movimento das commodities.