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Novas informações, novas expectativas

por José Amaral
Quinta-feira, 9 de outubro de 2008 -16h55
No dia 10 de outubro será divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) o relatório de outubro do acompanhamento de safra norte-americana (Crop Progress). A importância deste relatório é mostrar qual é a expectativa do volume para a próxima safra, com suas respectivas produtividades.

Mas esta informação já está sendo "ofuscada" pela expectativa de queda na demanda: os agentes de mercado esperam pelo próximo relatório sobre oferta e demanda, a ser divulgado no mesmo dia (World Supply and Demand Estimates).

A expectativa de uma queda na produtividade da soja causou uma reação nos preços: reajuste de 4,1% em apenas um pregão na Bolsa de Chicago. No milho os valores do reajuste foram menores, de 2,5%.

Mas a verdadeira demanda e os estoques finais vão definir os "humores" do mercado para o médio prazo. Depois de cair mais de 40% em apenas três meses, os investidores estão receosos quanto à colocar seu capital nas commodities.

O relatório de oferta e demanda, divulgado pelo USDA em parceria com entidades governamentais de outros países, relata detalhadamente o grau de consumo dos estoques mundiais de grãos, a oferta e a utilização, inclusive para produção animal - dos principias participantes desse mercado.

Além disso, vai dar uma boa noção do "termômetro" da atividade econômica: a expectativa de uma desaceleração (ou recessão) econômica pode ser confirmada através da queda na demanda internacional por grãos.

Caso essa queda seja confirmada no relatório através de maiores estoques finais, o prejuízo para os agricultores será trágico - os preços das principais commodities agrícolas, como soja e milho, se aproximam cada vez mais da sua (baixa) média histórica, que felizmente ainda se encontra bem abaixo dos patamares atuais.

Caso contrário, é chegada a hora de agricultores buscarem garantir uma parte de seus preços. A manutenção ou diminuição nos estoques provocará uma reação em cadeia nos preços, sendo uma excelente oportunidade para garantir o preço de pelo menos uma parte da próxima safra.

Com o dólar atingindo os patamares acima de R$2,30 e a saca de soja (ainda) no patamar de R$48,00/saca em Paranaguá (PR), a desvalorização do real pode resultar em um preço local atrativo.

A crise financeira internacional é uma ameaça e garantir os preços nos atuais patamares pode ser uma excelente estratégia para a próxima safra.