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Safrinha: é preciso atenção no mercado

por Carolina Magnabosco Ribeiro
Quarta-feira, 19 de março de 2008 -15h50
Os preços dos fertilizantes tiveram novo aumento esse mês. Segundo o último levantamento da Scot Consultoria, o reajuste foi de 1,43%, em média, comparado com fevereiro, e de 43,13% em relação à março de 2007.

Problemas nos países produtores da matéria-prima, constantes aumentos do barril do petróleo, maior demanda nacional e internacional pelo produto, e alta dependência do Brasil em relação à importação contribuíram para o aumento das cotações internas.

Os bons preços das commodities agrícolas no mercado internacional, a partir de 2007, compensaram em parte o aumento do insumo. Os reajustes nos preços do milho e soja no mesmo período (37,1% e 43,7% respectivamente e coincidentemente) permitiram um "fôlego" maior aos produtores.

Para a safrinha, produtores se mostram apreensivos. Apesar dos preços recordes dos grãos verificados neste ano, os efeitos do atraso no plantio da safra e o fenômeno climático La Niña podem resultar em problemas para os agricultores. Com os preços mais caros dos insumos, a estratégia se revela mais arriscada que o normal.

A chamada safrinha brasileira, antes tratada como alternativa para rotação de cultura e aproveitamento dos
investimentos (adubos, defensivos, maquinário) da safra de verão, hoje é vista com seriedade e profissionalismo pelos produtores, sobretudo por causa dos preços atuais dos grãos.

Devido a isso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reviu suas projeções de safra brasileira, aumentando em 3 milhões de sacas a produção brasileira total de milho (53 milhões de toneladas) e em 1,5 saca/ha a produtividade média.

Com relação aos preços na safrinha, os agricultores devem estar atentos às oscilações do mercado quando chegar o momento de negociar seu produto. No âmbito internacional, a expectativa de uma safra cheia na América do Sul impactou, essa semana, nas cotações das commodities agrícolas na CBOT (Bolsa de Chicago). Para a soja, as baixas acumuladas chegam a 14% em março.

No momento as atenções se dividem entre a colheita brasileira e as intenções de plantio americano. Apesar das chuvas constantes, a safra brasileira já conta com 40% da área colhida, e a excelente produtividade se confirma a cada semana. Além disso, neste final de mês o USDA publicará as intenções de plantio das diferentes culturas nos EUA. Ambos indicadores são excelente referência para preços e volumes futuros a serem produzidos.