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Scot Consultoria

Abates de fêmeas no primeiro semestre


Sexta-feira, 29 de outubro de 2010 - 10h33

Hoje nascem bezerros provenientes de transferência de embriões (TE), inseminação artificial em tempo fixo (IATF), clonagem e outras várias tecnologias. Mas uma coisa não mudou, nascem de uma vaca. As fêmeas são o meio de produção da cria e, quando vão para o gancho, indicam falta de interesse em investir na atividade. A participação de fêmeas nos abates é um indicativo acurado do nível de satisfação do criador com a produção. Um bezerro valorizado, bem vendido, faz com que o pecuarista mantenha fêmeas na propriedade, para produzir mais dessa “mercadoria” e assim tentar lucrar com o negócio. Desde 2007 a participação das fêmeas nos abates totais está diminuindo, após os picos de 2005 e 2006, de cerca de 44% dos abates totais (IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em junho de 2006 o preço do boi gordo atingiu o menor patamar em 30 anos, R$62,10/@, corrigidos pelo IGP-DI, a prazo, livre de imposto. As fêmeas compuseram 43,8% dos animais abatidos naquele ano. Em 2007 as fêmeas participaram com 40,1% dos abates. No primeiro semestre daquele ano a participação ficou em 44,4%. As fêmeas têm maior importância na composição dos abates no primeiro semestre, em relação ao segundo. Isto porque é no primeiro semestre que ocorre o descarte das fêmeas vazias da estação de monta. Em 2008, com os preços do boi gordo em alta, iniciada em 2007, a retenção de fêmeas se intensificou, e esta categoria compôs 43,2% dos abates do primeiro semestre e 38,7% no total do ano. Na figura 1 estão as participações dos abates de fêmeas nos primeiros semestres e o preço médio do boi gordo (corrigido pelo IGP-DI) nos primeiros seis meses de cada ano. O preço do boi gordo influencia o preço da reposição e a participação das vacas no total abatido. Em 2010, embora o preço médio no primeiro semestre tenha sido menor que em 2009, o cenário firme da reposição estimulou a manutenção de vacas no rebanho. No primeiro semestre deste ano a participação ficou em 36,3%, ante 39,3% no mesmo semestre de 2009. Observamos mais um ano de retenção. Se 2010 mantiver o padrão observado nos últimos cinco anos, de queda de 3,5 pontos percentuais, em média, entre a participação de fêmeas nos abates no primeiro semestre e no total do ano, a participação de fêmeas nos abates neste ano deve ficar em torno de 33%. Em 2002, no entanto, os abates de fêmeas no ano foram menos representativos que no primeiro semestre. Desde 1997 foi o único ano que apresentou tal comportamento, marcando também o início do descarte de matrizes, que foi crescente até 2006. Certamente, mais fêmeas em reprodução, retidas nos últimos anos, produzirão mais bezerros que, em algum momento, sobreofertarão o mercado, com conseqüente queda nos preços e desinteresse pela cria, o que culminará, posteriormente, em maior participação de fêmeas nos abates. O cenário atual dos mercados do boi gordo e reposição não demonstra sobreoferta, o que deve confirmar a retenção de fêmeas até o final do ano.
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