• Quinta-feira, 25 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Dólar em queda livre


Terça-feira, 29 de março de 2022 - 15h00

O assunto da semana não poderia ser outro que não seja a espetacular queda do dólar, que acelerou ainda mais nos últimos dias, trazendo o dólar à vista para abaixo até dos R$4,80, retomando a patamares de março de 2020, ou seja, antes até do estouro da pandemia. Para se ter uma ideia da violência desse movimento, ele corrigiu em apenas 3 meses quase 2 anos de alta na moeda americana. Acompanhe na figura 1 a evolução da taxa de câmbio no Brasil.


Figura 1. Dólar comercial desde janeiro de 2019.

Fonte: Banco Central


Os fatores por trás dessa enorme queda são vários, mas dentre eles destacam-se o aumento dos juros brasileiros, elevando ainda mais o diferencial entre o Brasil e os EUA, estimulando a arbitragem de juros, ou “carry trade” no jargão do mercado, onde investidores tomam recursos a juros mais baixos em um país para aplicar a juros maiores em outro. Além do “carry trade”, a alta das commodities no mercado internacional favorece muito o Brasil como país exportador, ajudando a trazer mais dólares e, portanto, pressionando ainda mais o câmbio.


Independente dos fatores por trás desse movimento, o fato é que a queda do dólar traz mudanças gigantescas para toda a economia brasileira e, especialmente, para as commodities, já que ao diminuir a receita em reais dos exportadores, ela pressiona os preços pagos aos produtores brasileiros. Nesse sentido a pecuária é afetada positivamente pelo potencial barateamento de preços de milho e demais insumos da alimentação, porém também é afetada negativamente pela queda no valor em reais de nossa carne exportada. Infelizmente, nesse balanço o impacto negativo é bem maior do que o positivo e, caso o dólar se mantenha nesses patamares ou siga na trajetória de queda, é bem provável que a pressão baixista por parte das indústrias se intensifique.


O comportamento do dólar e a propensão de venda dos pecuaristas diante das tentativas de recuo nas próximas semanas serão, fundamentais para definir os rumos da arroba para o restante do ano. A curva futura de preços que já estava invertida, com os preços futuros abaixo dos preços à vista, aumentou ainda mais o deságio, justamente no momento em que o planejamento dos confinamentos para o segundo semestre começa a ganhar corpo. Qual o impacto disso na intenção do confinamento para o segundo semestre?


Tabela 1. Mercado futuro do boi gordo na B3 - R$/@, à vista.

Fonte: Cepea/Esalq - B3



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja