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Scot Consultoria

Boi em dólares nas máximas


Terça-feira, 15 de fevereiro de 2022 - 11h00

A grande notícia do mercado financeiro neste início de ano está sendo a grande e, até o momento, ininterrupta queda do dólar. O movimento de queda da moeda americana foi de impressionantes 9% em pouco mais de um mês, saindo de ao redor de R$5,70/USD para os atuais R$5,20/USD.


O mais interessante é que esse movimento não foi desencadeado por nenhuma notícia macroeconômica positiva com relação à economia brasileira e contrariando todos os prognósticos de uma possível aversão ao risco em ano eleitoral, aparentemente os gringos redescobriram o Brasil e o direcionamento desse fluxo de capital aparentemente ainda está longe do fim, podendo trazer maiores valorizações à nossa moeda.


A valorização do real é em geral uma boa notícia para a economia brasileira, já que ajuda a diminuir a pressão inflacionária, diminuindo o preço dos produtos que importamos, porém, para os setores exportadores da economia, a queda do dólar acaba sendo negativa. Ela faz com que um produto que tenha mantido o mesmo preço em reais fique mais caro em dólares, diminuindo assim a competitividade do nosso produto no exterior.


No caso da carne bovina, estamos vivendo um movimento de alta de preços do boi gordo em reais, que, aliado à queda do dólar, levaram nossa arroba de volta aos maiores patamares da história, flertando novamente com o nível de US$65,00/@ que foi um patamar de preços que nunca conseguimos sustentar por períodos mais longos de tempo. Acompanhe no gráfico.


Figura 1. Preço médio da arroba em SP, em dólares (USD), desde 2019.

Fonte: Cepea


Tabela 1. Mercado futuro do boi gordo na B3 - R$/@, à vista.

Fonte: Cepea/Esalq - B3


Normalmente quando o preço de venda de um produto exportado sobe em dólares, os compradores tentam buscar alternativas a esse aumento tentando “forçar” o vendedor a retomar os preços antigos, porém isso não é o que estamos vendo até o momento. O movimento de alta mundial das commodities, capitaneado pela pressão compradora chinesa ainda não encontrou um limite e o melhor exemplo é a soja brasileira, que rompeu a barreira dos R$200,00/saca durante a colheita e depois de uma queda de quase 10% do dólar.


No caso da carne bovina, até o momento não há sinais de diminuição da demanda, pelo contrário, os dados das exportações da primeira semana de fevereiro mostraram um aumento no ritmo diário de embarques. Como era esperado, a ausência do Brasil nas exportações para a China causou uma enorme diminuição nos estoques de carne bovina por lá. Até que esses estoques voltem a ser confortáveis, o ritmo comprador chinês tende a se manter e talvez dessa vez vamos conseguir nos segurar no patamar dos US$65,00/@ ou talvez até acima disso.



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