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China fazendo a(s) diferença(s)


Terça-feira, 8 de fevereiro de 2022 - 15h00

A retomada das exportações para a China segue fazendo a diferença na pecuária brasileira. Aparentemente o apetite do nosso maior parceiro comercial voltou redobrado e os volumes embarcados seguem quebrando recordes.


As exportações brasileiras fecharam janeiro em 140,5 mil toneladas, 11% acima de dez/21 e 31% acima de jan/21, sendo esse o maior volume embarcado num mês de janeiro da história. Além do volume recorde, o preço médio em reais por tonelada exportada ficou em R$28,6 mil, 4,9% acima de dez/21 e 18,4% acima de jan/21.


A retomada das exportações num ritmo forte é uma ótima notícia para os frigoríficos habilitados à China, porém impõe uma dificuldade maior aos não habilitados, já que o poder de compra de um é muito superior ao do outro e na briga pelos poucos lotes disponíveis isso faz toda a diferença. Esse cenário tem levado à ampliação do diferencial entre o chamado boi “China” e o boi “não China”, que em muitos casos chega até R$30,00/@.


Além do diferencial entre bois da mesma região, a concentração de indústrias habilitadas em São Paulo também tem levado ao aumento do diferencial de base entre as regiões pecuárias. É comum esse diferencial aumentar na safra, já que a praça paulista tem menos animais em pasto do que outras regiões pecuárias no Centro-Oeste e Norte do Brasil, porém neste ano o aumento do diferencial está ainda maior do que nos anos anteriores. Acompanhe na tabela 1.


Tabela 1. Diferencial de base frente a São Paulo em diferentes praças pecuárias brasileiras.

Fonte: Broadcast / Radar Investimentos


Essa divergência de preços cria também uma dificuldade adicional para quem opera no mercado futuro, já que isso adicionou volatilidade ao Índice Esalq à vista. Oscilações de R$5,00/@ ou até mesmo R$10,00/@ de um dia para outro estão ficando frequentes, à medida que a variação da concentração de animais “China” ou “não China” na amostra diária leva a grandes diferenças nos preços coletados.


Esse deverá ser o “novo normal” para o primeiro semestre, já que a concentração de animais com menos de 30 meses habilitados à exportação é menor agora do que no segundo semestre, e isso, somado à boa margem das indústrias na exportação x a margem ruim das indústrias do mercado interno, devem manter esses diferenciais em níveis bastante altos.


Tabela 2. Mercado futuro do boi gordo na B3 - R$/@, à vista.

Fonte: Cepea/Esalq - B3



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