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Scot Consultoria

China voltou, e agora?


Sexta-feira, 17 de dezembro de 2021 - 12h00

Depois de 103 dias de embargo à carne bovina brasileira, finalmente o Brasil recebeu a tão esperada notícia da liberação por parte da China para a retomada das exportações. Essa notícia já era amplamente aguardada pelo setor produtivo, já que o embargo não tinha nenhuma justificativa técnica ou sanitária para ser mantido, porém, mesmo assim, levou esse longo tempo para ser resolvido.


A notícia trouxe uma verdadeira explosão de alta no mercado futuro, com toda a curva de preços para 2022 subindo mais de R$15,00/@. Jan/22 fez máxima a R$337,00, fev/22 a R$337,00 e mai/22 a R$330,00. As reações do mercado futuro sempre são muito mais violentas e rápidas do que as do mercado físico e a dúvida de todos a partir de agora é se o físico dará sustentação ou quem sabe até empurrará para cima a precificação atual.


Ainda é muito cedo para fazer qualquer prognóstico mais assertivo, porém, com a retomada das exportações pra China, é certo que voltaremos a ter dois mercados diferentes no Brasil, o dos frigoríficos habilitados à China e os não habilitados. O poder de compra de quem exporta e de quem vende no mercado interno serão totalmente diferentes em 2022 e num ambiente de baixa oferta como o que se desenha para o início do ano, a disputa pelos animais abaixo de 30 meses e elegíveis à exportação tende a ser grande.


Pelas regras divulgadas pelo MAPA em 15/12, a carne produzida antes desta data também poderá ser exportada, desde que na produção tenha havido a segregação de animais abaixo dos 30 meses. Dessa forma é possível que algumas indústrias tenham estoques relevantes de mercadoria prontos para serem embarcados, o que em tese diminuiria um movimento de maior pressão compradora de “boi China” no curto prazo. Além disso, o desafio logístico para desovar essa carne estocada e também a nova produção, tende a ser grande já que há uma grande escassez de contêineres no mercado atual.


Em resumo, a notícia da retomada da China foi um ótimo presente de Natal aos pecuaristas e com certeza terá reflexos positivos nos preços no curto e no médio prazo. A magnitude desse reflexo, no entanto, dependerá de vários fatores interconexos e é muito cedo para saber o tamanho desse movimento. A alta já precificada na curva futura pode representar uma boa oportunidade de se travar preços bastante remuneradores e tem que ser olhada com muito carinho.


TABELA 1. Mercado futuro do boi gordo na B3 - R$/@, à vista.



Fonte: Cepea/Esalq - B3



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