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Escala longa é altista ou baixista?


Quinta-feira, 13 de maio de 2021 - 14h40

Com a seca evoluindo da pior maneira possível, com pastos secando de forma muito forte e muito precoce, a oferta de final de safra segue aumentando e deixando a situação das indústrias confortáveis, como há muito tempo não se via. Esse aumento de oferta, no entanto, tem tido um impacto relativamente limitado nos preços, com as indústrias mais preocupadas em garantir um fornecimento de bois do que em impor recuos nas cotações. Essa conjuntura trouxe as escalas de abate para as máximas dos últimos anos, como pode ser observado na figura 1.


Com as escalas evoluindo dessa forma sem a correspondente queda de preços, é oportuno se questionar se o raciocínio de que escala longa é sinal de baixa de preço está correto ou não. Numa análise superficial, até faz sentido imaginar que com um maior conforto das escalas longas, a indústria conseguiria ficar mais dias sem comprar e com isso impor maior pressão baixista nos preços, porém caso o cenário seja mesmo baixista, não seria mais inteligente para as indústrias trabalharem com escalas não tão longas e ir comprando aos poucos aproveitando a queda futura?


Por esse raciocínio, escalas tão longas como as atuais demostram muito mais uma preocupação da indústria com a falta de oferta para frente do que com a possível queda de preços no curto prazo. Com as exportações indo bem e o apetite da China aumentando nas últimas semanas, já existem indústrias em São Paulo que seguem comprando normalmente sem grandes tentativas de recuo, mesmo com escalas de até 20 dias. A seca histórica desse ano, o altíssimo custo da alimentação do rebanho e uma demanda chinesa crescente não combinam com quedas acentuadas de preço. Talvez por isso mesmo que os exportadores estejam muito mais preocupados em ter o boi na escala do que em reduzir o preço de compra. Essa também é a visão embutida na curva de preços do mercado futuro, que segue mantendo um ágio recorde entre a safra e a entressafra de 2021.




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