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Scot Consultoria

Pressão baixista no físico!


Quinta-feira, 6 de maio de 2021 - 14h40

A safra finalmente resolveu dar as caras de forma mais relevante em São Paulo e Goiás e, depois de um longo período de dificuldade de compras, as indústrias voltaram a apresentar escalas confortáveis, como há muito tempo não se via. A imensa seca que se instalou nas regiões produtoras antes do que o normal foi o gatilho para o aumento da pressão vendedora e consequentemente o início da pressão baixista no mercado.


Além do clima, outro fator que tem contribuído para esse movimento foi o dólar, que, após meses seguidos de alta, resolveu vir testar as mínimas do ano, operando abaixo dos R$5,30, como pode ser observado na figura 1.


Com esses dois fatores jogando contra, o mercado futuro também entrou em trajetória baixista, com maio recuando R$9,00/@, dos R$311,50/@ para os atuais R$302,50/@. Os contratos mais longos também recuaram, porém, em menor intensidade, com out/21 recuando da máxima de R$335,00/@ para os atuais R$329,00/@, aumentando assim o diferencial maio x out para R$28,00/@. A parte boa da queda do dólar foi que deu também um certo alívio nas cotações futuras do milho, com o contrato de set/21 recuando R$4,00/saca para os atuais R$100,50/saca.


Na primeira onda de aumento de oferta, ocorrida na semana passada, a postura das indústrias foi muito mais no sentido de alongar as escalas de abate do que de exercer maior pressão baixista no mercado, porém, ao longo desta semana, com a oferta aumentando, foi possível impor recuos nas cotações. Apesar desse movimento assustar em um primeiro momento, é necessário colocá-lo em perspectiva para não se tomar decisões precipitadas. A máxima histórica do boi gordo em São Paulo foi nos R$320,00/@ no dia 14/4, de lá pra cá, ele  recuou para os atuais R$307,50/@, uma queda de 4%, que é pouquíssimo relevante se considerarmos que estamos terminando a safra com pior índice de chuvas dos últimos anos.


Nos próximos dias, a pressão baixista deve ser grande, já que as escalas seguem confortáveis e o dólar deve continuar pressionado, quem tem boi gordo pronto e não tem mais pasto para segurar não vai ter muita alternativa a não ser ceder aos preços menores da indústria. É muito difícil antecipar quanto tempo vai durar essa saída do gado de pasto, mas uma vez que ela seja dissipada, a realidade da menor oferta deve voltar a prevalecer e com ela a firmeza dos preços. Vamos ver até onde essa pressão levará o mercado físico nas próximas semanas.




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