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Scot Consultoria

Ganhou, mas não levou


Quinta-feira, 14 de janeiro de 2021 - 14h30

Não há muito o que acrescentar sobre a situação do mercado físico de boi gordo, que permanece exatamente na mesma situação da semana passada, com pouca oferta e extrema dificuldade de compras. A única diferença são os preços, que subiram novamente e hoje já existem negócios de até R$295,00/@ em São Paulo. Essa alta, no entanto, não foi suficiente para aquecer os negócios, que permanecem ainda em ritmo de férias.


Com a produção de carne em níveis tão baixos, nem mesmo a tradicional diminuição da demanda do mercado interno no começo do ano conseguiu frear a alta no preço da carne, que também subiu na primeira quinzena de janeiro e segue dando sustentação aos preços do boi gordo atualmente.


A má notícia deste começo de ano para o pecuarista é o preço do milho, que novamente tem assustado quem não tem estoque e precisa comprar o cereal no mercado spot. A baixa disponibilidade e a total falta de interesse na venda, mesmo nesses preços recordes, tem causado muitos problemas aos pecuaristas, estragando um pouco a comemoração pela alta de preço no boi. Como o milho subiu muito mais do que a arroba, a relação de troca boi gordo x milho segue caindo e hoje está em 3,41 sacas/@ ou 15% pior que a média histórica e em linha com as piores relações de troca dos últimos anos, como pode ser vista na figura 1.



Se extrapolarmos essa realidade para os próximos meses, usando como referência os preços de boi gordo e do milho no mercado futuro, também não vemos nenhum sinal de melhora, na verdade, a relação de troca fica ainda pior, já que o contrato futuro de março projeta alta de mais 3,5% para o cereal, enquanto o mercado de boi precifica preços estáveis. Mesmo para os contratos com vencimento depois da entrada da safrinha a situação ainda é complicada, com a relação de milho set/21 com boi out/21 em 3,80, ou seja, ainda bem abaixo da média histórica.


Ainda é cedo para acreditar que essa situação tenha alguma implicação relevante na intensão do pecuarista em fechar seus bois ou não, porém, tento o ano passado como referência, essa conjuntura é uma péssima sinalização para a evolução da oferta de boi no restante do ano.




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