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Scot Consultoria

Quem manda mais: oferta ou demanda?


Quinta-feira, 7 de janeiro de 2021 - 14h40

O mercado de boi gordo indicou 2021 muito firme, com pouca oferta e preços em alta em todas as praças pecuárias do Brasil. Na verdade, falar em pouca oferta é ser até um pouco otimista, porque a realidade em muitas regiões é de um verdadeiro apagão de oferta, com frigoríficos tendo que agrupar abates da semana em poucos dias para otimizar o funcionamento das plantas.


Não bastasse isso, as vendas de carne foram muito positivas no fim do ano, deixando o atacado desabastecido e tendo que acelerar as compras para repor seus estoques e, com isso puxando os preços da carne na primeira semana do ano. Essa conjunção de fatores foi o catalizador para a alta nos preços do boi gordo, que em algumas regiões já igualaram as máximas atingidas em 2020.


A situação de oferta extremamente restrita deve perdurar ainda por um bom tempo no início deste ano, já que os efeitos do atraso das chuvas e a retenção de fêmeas não são reversíveis no curto prazo. Além disso, a diminuição sazonal da disponibilidade de animais confinados diminui ainda mais a margem de manobra da indústria para preencher eventuais buracos na escala. E aí entra o segundo fator da equação, que é a demanda.


Da mesma forma que não há grandes dúvidas que a oferta será restrita, também não há grandes dúvidas que a demanda interna em janeiro será pior, já que além da retirada dos R$300,00 mensais do “corona voucher”, janeiro é um mês de gastos adicionais, com impostos, matrícula das crianças nas escolas e isso sem falar na “ressaca” dos consumidores que acabam gastando além da conta no fim do ano. No mercado externo, janeiro é historicamente um dos piores meses de exportações no ano, de modo que nessa frente também não devemos ter boas notícias.


Se não há muita dúvida sobre os rumos da oferta e da demanda isoladamente para janeiro, a dúvida fica na interação desses dois fatores, que será o que ditará o rumo dos preços. Quem terá maior força? A falta de oferta ou a demanda retraída? O fôlego das indústrias para suportar o custo extra da ociosidade das plantas determinará o vencedor dessa queda de braço.




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