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Scot Consultoria

Preço da arroba em dólares


Quinta-feira, 30 de julho de 2020 - 14h40

Com as exportações de julho muito bem posicionadas para quebrar o recorde de maior volume embarcado em um mês na história da pecuária, e com o mercado interno combalido pelos efeitos da crise do coronavírus, o impacto das exportações na precificação do boi gordo tem aumentado significativamente.


No artigo da semana passada, mostramos os dados da sazonalidade das exportações, que na média dos últimos dez anos foram 17% maiores no segundo semestre, em relação ao primeiro. Tendo esse histórico como referência e com base no volume exportado no primeiro semestre de 2020, a expectativa de volume embarcado no segundo semestre deste ano fica ao redor de 900 mil toneladas equivalente carcaça, considerando apenas a carne in natura. Para tentar estimar o número de animais demandados por essa exportação potencial, usamos como referência o peso médio das carcaças produzidas no segundo semestre de 2019, que foi de 250kg por animal, incluídos ai machos e fêmeas. Dividindo um número pelo outro, chegamos a uma estimativa de que somente a exportação do segundo semestre demandará potencialmente 3,6 milhões de animais!


É muito difícil estimar com a mínima precisão o volume de animais engordados em confinamento no Brasil, mas um número que é próximo do consenso entre os levantamentos feitos até agora é algo próximo a cinco milhões de animais ao ano. Se a divisão desse número entre primeiro e segundo semestre for de 30%/70%, esse exercício hipotético nos aponta que as exportações poderiam absorver todo o volume confinado no segundo semestre deste ano, sobrando apenas animais a pasto e semiconfinados para abastecer o mercado interno.


É óbvio que todas essas estimativas podem conter erros e não serem a representação exata do que vai acontecer no restante do ano, porém, elas nos dão uma boa noção do impacto das exportações (e da China) nos preços do boi gordo. Com isso em mente, o dólar acaba sendo uma variável importantíssima para que possamos manter, ou quem sabe superar o nível atual de preços, já que a alta do dólar foi a responsável por baratear nossa arroba no exterior, mesmo com a arroba em reais tendo subido. Acompanhe na figura 1 a evolução da arroba do Brasil em dólares nos últimos dez anos.


Como fica evidente da figura, ainda estamos em patamares bastante abaixo do que se praticou nos últimos anos e abaixo inclusive da média histórica do período, que foi de US$47,00/@. O boi gordo em dólares tem subido nos últimos meses e está hoje ao redor de US$43,50/@, portanto, tendo essa média como referência, ainda teríamos espaço para maiores valorizações da arroba em reais. Resta saber se o mercado interno permitirá isso...




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