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Scot Consultoria

Boi gordo x bezerro: ágio recorde


Sexta-feira, 17 de julho de 2020 - 14h50

Depois do movimento de alta dos últimos 30 dias, que trouxe os preços do boi gordo do patamar de R$205/@ em SP para os atuais R$ 220/@, o mercado deu uma pausa nas valorizações e o tão esperado R$ 230/@ ainda não aconteceu na praça paulista. Essa alta foi uma ótima notícia para a pecuária, porém, não refrescou muito uma das maiores reclamações dos produtores, que são os preços da reposição, que nos últimos meses têm subido bem mais do que o preço do boi gordo.


A reclamação do pecuarista tem razão de ser e fica bastante evidente ao se analisar o ágio dos preços do bezerro sobre o boi gordo. Tendo os dados levantados pelo CEPEA como base, a média histórica dos últimos 10 anos é a @ do bezerro valer 25% acima da @ do boi gordo, porém, nos preços atuais esse ágio está em 40%, complicando bastante a situação de quem abateu bois e tem que repor seu rebanho.


Esse ágio muito acima do normal acaba dando uma grande sustentação ao mercado de boi gordo, pois, além de incentivar ainda mais a retenção de fêmeas para a produção de bezerros, faz o pecuarista tentar segurar ao máximo os animais em engorda, buscando abater animais mais pesados na tentativa de melhorar a relação de troca. Com essa “trava” no sistema, a pressão da indústria por preços menores acaba conseguindo apenas impedir novas altas e não efetivamente impor pressão baixista no mercado, mesmo diante das limitações que a crise econômica estabelece aos preços da carne no mercado interno.


Aparentemente a situação descrita acima gerou um certo equilíbrio de curto prazo no mercado, onde a oferta é restrita, mas do outro lado o apetite da indústria também diminuiu, deixando o mercado de lado. Essa consolidação de preços é positiva, já que da última vez que atingimos tais patamares em São Paulo os preços retornaram para o nível dos R$ 200,00/@ de forma também abrupta.


O ágio atual do bezerro sobre o boi gordo é historicamente elevado e a experiência mostra que situações como essa não perduram por períodos longos. A forma mais natural de se corrigir isso seria com os preços do bezerro recuando um pouco e os preços do boi gordo tendo uma nova rodada de alta, o que provavelmente irá acontecer no seu devido tempo. No curtíssimo prazo, porém, nenhum desses movimentos parece iminente e o mais provável é que a situação atual perdure por mais um tempo.


A reclamação do pecuarista tem razão de ser e fica bastante evidente ao se analisar o ágio dos preços do bezerro sobre o boi gordo.




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