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O boi a termo faz falta pra quem?


Quinta-feira, 10 de agosto de 2017 - 14h40

O boi gordo definitivamente deixou pra trás a sequência de queda de preços e na esteira da falta de oferta o mercado segue muito firme e em alta em praticamente todas as praças pecuárias do Brasil. A realidade vivida hoje é a do famoso “vácuo” entre safra e entressafra, que era bastante comum antes da maior utilização do confinamento e semiconfinamento e nesse ano acabou turbinada pelo fato de o primeiro giro do confinamento ter sido totalmente desestimulado pelos acontecimentos dos últimos meses.


Com o final da oferta de animais de pasto e o menor número de animais confinados, a indústria enfrenta uma realidade de oferta curta e poucos animais disponíveis para tentar alguma negociação diferenciada. Para piorar ainda mais a situação, tem sido comum o assédio por outros frigoríficos a produtores que haviam escalados seus bois sem preço fixo e indexado apenas ao Cepea da região nos concorrentes, e muitos pecuaristas tem simplesmente tirado os bois da escala e optado por negociar no balcão a preços mais altos agravando ainda mais uma situação já delicada.


Na esteira dessa realidade o diferencial de base vem caindo fortemente chegando até mesmo a zero em algumas ocasiões especificas. Os estados de Minas Gerais, Goiás e Rondônia são os que mais têm se beneficiado desta situação atual. Acompanhe na tabela 1.


Diante de todos esses fatores a pergunta que fica em evidência é a do título desse texto, ou seja, para quem será que o boi a termo é mais importante? E a resposta é bastante simples, ele é importante tanto para a indústria como para o pecuarista, já que ambos estão inseridos em um mercado dinâmico, com margens estreitas e muita volatilidade. A previsibilidade de resultados para o pecuarista aliado à facilidade de ter o diferencial de base definido na hora de planejar e executar o confinamento poderiam ter estimulado mais produtores a fazer a conta de colocar boi no cocho, o que consequentemente poderia garantir uma maior estabilidade nas escalas das indústrias, numa relação ganha – ganha.


Obviamente como em toda relação comercial saudável, as estratégias comerciais são revisadas periodicamente e cada elo fará sempre o que julgar mais vantajoso para si próprio, e é fato que o pecuarista também pode acessar a B3 (antiga BM&F) diretamente para gerir seu risco de preços, porém, a aproximação e parceria entre indústria e pecuaristas gerada pelo boi a termo é positiva para ambas as partes e para a cadeia produtiva como um todo. Vamos torcer para que essas rusgas sejam superadas o mais rápido possível para recolocar a pecuária brasileira na trajetória de crescimento que vinha sendo experimentada até então.




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