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Scot Consultoria

Forte demanda por seguro de preços


Quinta-feira, 8 de junho de 2017 - 14h40

O calvário vivido pela pecuária brasileira segue seu curso e infelizmente não há notícias positivas no curto prazo. A oferta que vinha sendo acumulada com a diminuição dos abates desde a operação Carne Fraca tem vindo ao mercado em um ambiente muito adverso. O redirecionamento das ofertas para os frigoríficos não envolvidos nos escândalos recentes faz com que a programação dessas indústrias fique muito tranquila e a pressão de baixa tem sido uma constante.


Diante dessa realidade, o mercado futuro acelerou a queda e, dia após dia, as mínimas de todos os vencimentos vieram sendo rompidas. Ao meio dia do pregão de 8/6 o contrato de junho era negociado ao redor de R$126,50/@; julho R$126,00/@ e outubro R$128,00/@. A volatilidade do mercado futuro de boi que normalmente é a mais baixa entre todas as commodities negociadas na BMF, subiu fortemente nos dois episódios traumáticos deste ano, que foram a Carne Fraca e a delação dos controladores do JBS. Acompanhe na figura 1.


A volatilidade é um dos componentes que impactam no preço das opções e seu aumento causa também alta no custo de aquisição. Esse encarecimento, no entanto, não foi suficiente para diminuir o apetite dos compradores, que diante das incertezas com relação ao rumo dos preços seguiram negociando grandes volumes no mercado. O mercado de opções foi muito movimentado na semana e atualmente os maiores volumes de contratos em aberto estão na opção de venda de nível R$125,00/@ para outubro, com 2.191 contratos em aberto, seguida da de nível R$120,00/@, também para outubro, com 1.202 contratos em aberto. Apenas no pregão de 8/6 até o meio dia já haviam sido negociados mais 2.350 lotes dessa opção por valores entre R$0,75/@ e R$1,31/@.


Tamanho apetite se justifica pela enorme incerteza com relação ao rumo dos preços no restante do ano. Fatores como a demanda por parte dos pecuaristas pela diminuição, ou eliminação do ICMS de estados como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, além dos desdobramentos com relação à delação do JBS são fatores de pouca, ou nenhuma previsibilidade, mas, que podem ter enorme impacto na precificação do boi gordo. O contrato de outubro já caiu mais de 17,0% desde o início do ano e definitivamente essa não é a melhor hora para se comprar seguro de preços mínimos, mas diante do tamanho dos desafios da pecuária atualmente, essa tem sido a única alternativa que restou para tentar diminuir os prejuízos na atividade.




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