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Scot Consultoria

Alta no preço da carne e baixa oferta pelos pecuaristas recuperou o preço da arroba.


Quinta-feira, 20 de abril de 2017 - 12h00

O mercado pecuário no Brasil inteiro já vai deixando os efeitos negativos da operação Carne Fraca para trás e aos poucos os fundamentos vão voltando a prevalecer frente aos acontecimentos externos das últimas semanas. O movimento de diminuição dos abates teve como consequência imediata um grande enxugamento na carne, o que levou a carne com osso a trabalhar com fortes altas nos últimos dias, superando inclusive os patamares vigentes antes do furacão que assombrou a pecuária.


Na esteira da carne com osso em alta e da baixa oferta de bois pelos pecuaristas, o preço da arroba se recuperou de forma importante e essa recuperação aos poucos trouxe o pecuarista de volta à negociação. A grande dúvida do mercado atual é sobre o impacto que essa melhora de oferta pode ter nas cotações da carne com osso, já que o movimento de alta até agora foi provocado pela falta de oferta e não pelo aumento da demanda. O grande teste ocorrerá quando esse aumento dos abates se refletir no aumento da oferta de carne, sobretudo após a virada do mês e mais ainda após o dia das mães. Caso os preços da carne não tenham sustentação nos níveis atuais, a indústria pode novamente diminuir o ritmo de compras tentado forçar recuos no preço da arroba.


A figura 1 evidencia a forte alta da carne no atacado que acabou servindo de base para a recuperação da arroba. Essa “boca de jacaré” entre os preços da carne com osso e o preço da arroba no estado de São Paulo não pode ser entendida totalmente como aumento de margem da indústria, já que o aumento da ociosidade custa caro e tem impacto nessa conta, porém o fato é que a carne voltou a remunerar de forma positiva o boi e o mais provável é que esse diferencial volte a fechar com a normalização dos abates.


O mercado futuro operou com boa alta no início dessa semana, com maio chegando a ser cotado acima de R$138,00/@ e outubro acima de R$142,50/@, porém, a medida que as notícias de que os preços mais altos no mercado físico trouxeram mais pecuaristas de volta a negociação, a alta foi perdendo força e os preços  do contrato de maio estão hoje alinhados com o que estavam há uma semana. 


No artigo da semana passada chamávamos a atenção para o diferencial de preços entre maio e outubro a R$6,00/@ ,que parecia embutir um prêmio gordo frente à uma realidade de preços de milho que podem vir a estimular o confinamento. Esse diferencial já se reduziu fortemente estando hoje em apenas R$4,00/@ e, aparentemente sem ter muitos motivos para voltar a abrir, o mais provável é que esse spread continue fechando, prejudicando, portanto, as contas do confinador.




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