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Scot Consultoria

Luz no fim do túnel?


Quarta-feira, 23 de novembro de 2016 - 14h50

Até o momento as tentativas de compra abaixo do R$150,00/@ na praça paulista não tiveram efetividade e não foram suficientes para trazer a referência dos preços abaixo desse patamar. A maior parte das indústrias em São Paulo ainda insiste nos preços de R$150,00/@, porém, aos poucos, preços acima desse patamar vão ganhando espaço nas negociações. O mercado ainda segue sem nenhuma euforia para alta, no entanto, o suporte de R$150,00/@, ao menos por hora, parece que não vai ser rompido.


Diante dessa realidade, o mercado futuro voltou a operar com ligeira alta, recuperando parte das quedas da última semana e voltando a colocar os vencimentos de dez/16 e jan/17 novamente acima do indicador à vista, já que esse diferencial estava praticamente zerado nas últimas semanas. Ainda é uma pequena recuperação frente às fortes quedas enfrentadas nos últimos meses, mas o fato do mercado ter parado de cair já é um alento para quem viu as margens da engorda serem corroídas nessa entressafra.


A sustentação do mercado atual tem muito mais a ver com a possível diminuição da oferta de bois confinados, do que com alguma melhora no consumo, já que no mercado interno e externo as vendas continuam niveladas por baixo e a expectativa da melhora sazonal das vendas no final do ano ainda não gerou recuperação nos preços do atacado.


A precificação do mercado futuro atual ainda traz pouquíssima referência para a safra de 2017, já que só existem contratos em aberto para jan/17 e mai/17 e, mesmo nesses vencimentos, o volume negociado ainda é irrelevante. A demanda por proteção de preço nos níveis atuais é praticamente inexistente, já que nessa curva de preços não é exagero dizer que a maioria das operações pecuárias está bem próximo, ou até abaixo do break even. Apenas com algum movimento mais sustentado de alta é que o mercado terá atratividade suficiente para que os produtores se interessem por alguma estratégia de proteção de preços.


Ainda não existem grandes apostas, nem no mercado futuro e nem no de opções, sobre qual rumo as cotações tomarão em 2017. A julgar pela precificação de jan/17 e mai/17, as indicações atuais são de que a briga para que os preços se mantenham ao redor dos R$150,00/@ em São Paulo deve ser grande. A favor da recuperação das cotações jogam a maior capacidade de segurar o estoque dos animais em engorda e o fato de que se esse nível de preços de R$150,00/@ em São Paulo se confirmar para a safra de 2017, esse seria o terceiro ano seguido de preços nesse patamar, com uma inflação de mais de 20,0% no período, colocando grande parte das operações com margem negativa e, portanto diminuindo o apetite de venda. Já para a queda de preços os principais fatores são o possível aumento da oferta devido ao ciclo pecuário e à diminuição do confinamento em 2016, além da falta de boas expectativas com relação ao consumo pela persistência da crise econômica no Brasil. Independente de qual fator terá força para prevalecer, a resistência para mudanças fortes de preços será muito grande, dificultando grandes movimentos de preços para qualquer um dos lados. Quem vai continuar sofrendo com isso é a liquidez do mercado futuro.




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