Carne na Máxima Nominal da História.

A grande notícia da semana foi a manutenção da tendência de alta nos preços da carne no mercado interno. Pelo levantamento do Cepea no dia 14/9 a carne (boi casado) atingiu seu maior valor nominal da história, cotada a 

R$10,41/Kg. Como uma imagem sempre vale mais do que mil palavras, observem o gráfico a seguir.

Esse fato por si só já seria mais do que suficiente para melhorar os ânimos dos mercados, mas, além disso, tivemos uma semana com aumentos relevantes nos volumes exportados, conforme divulgação dos dados dos primeiros 11 dias de setembro e dólar operando em alta, se consolidado definitivamente acima do patamar de R$3,30.

Estranhamente, no entanto, esse cenário não foi suficiente para desencadear melhoras significativas nem no mercado físico e nem no futuro. O futuro até ensaiou alguma melhora, mas não encontrou sustentação e voltou a operar em queda, com set/16 voltando para o patamar de R$149,00/@ e out/16 para R$151,00/@, como pode ser observado no gráfico a seguir com o índice Esalq na cor branca, set16 na cor amarela, out/16 na verde e nov/16 na rosa.

As razões para tamanho pessimismo do mercado futuro, quando a maioria absoluta dos indicadores aponta para a possibilidade de recuperação de preços, ainda permanecem incompreendidas. 

Mas fato é que algum grande player, ou players tem mantido sistematicamente uma pressão vendedora, sobretudo no contrato de out/16 impedindo qualquer tentativa de sustentação dos preços. É bem verdade também que o mercado físico também não tem subido, se mantendo “balizados” ao redor dos R$150,00/@ em São Paulo. 

A aposta das indústrias é que o volume de animais confinados em São Paulo é suficiente para seu abastecimento e que na queda de braço o confinador vai ter dificuldades de segurar os animais no cocho diante dos altos custos envolvidos, acabando por ceder à pressão e entregando nos preços atuais. Nesse verdadeiro teste de nervos, aquele que baixar a guarda primeiro provavelmente tomará um golpe bastante forte, resta saber quem tem mais força para aguentar a pressão do outro lado.