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Será que agora vai?


Quinta-feira, 8 de setembro de 2016 - 14h50

A semana do mercado futuro foi muito agitada e com oscilações de preço que já há algum tempo não se via no mercado de boi. Depois de cair fortemente saindo da máxima acima de R$155,00/@ na semana passada, o contrato futuro de out/16 fez mínima no pregão de segunda-feira 5/9 a R$148,50/@, para nos pregões seguintes voltar a subir forte estando cotado ao meio dia de 8/9 a R$153,41/@, recuperando parte da queda da semana. O mais interessante foi que todo esse barulho aconteceu apenas no mercado futuro, já que no físico as variações foram muito mais comedidas, com o indicador à vista saindo de R$148,46/@ na semana passada, para os atuais R$148,15/@. Sem um fundamento mais consistente para a queda, a explicação para essa movimentação tão forte acaba recaindo num possível movimento de “stop” de posição comprada de Pessoa Física, que ao precisar liquidar toda ou parte de suas compras, entra vendendo seus contratos exacerbando ainda mais o movimento de queda de preços. Uma vez que esse movimento grande e concentrado de ordens de venda diminui seu ritmo, os fundamentos de mercado voltam a ditar os rumos e daí deriva a recuperação das cotações atuais. 


Voltando a atenção para o mercado físico, a tendência de firmeza dos preços voltou a prevalecer e a estratégia da indústria de reduzir os abates para tentar enxugar o mercado e forçar altas no preço do atacado, tem dado resultado, já que a carne no atacado subiu de R$9,26/kg para R$9,89/kg pelos dados do CEPEA, uma alta de 10,5% nos últimos 30 dias. Acompanhe na figura 1.


Como os preços do boi gordo também apresentaram queda nesse período de tempo, a margem das indústrias apresentou uma enorme recuperação, saindo das mínimas históricas para valores alinhados com as máximas desde 2010, como pode ser observado na figura 2. A recuperação das margens foi tamanha e tão rápida, que em apenas um mês ela conseguiu recuperar o patamar que veio sendo perdido ao longo de seis meses de compressão das margens da indústria. Mais importante que isso, nos números atuais apenas a venda da carne com osso já cobre os custos com a aquisição do boi em São Paulo, uma condição bastante rara, já que na maioria dos casos a indústria depende dos chamados “créditos de abate” como couro, sebo e miúdos para fechar a conta.


Passada a verdadeira tempestade enfrentada nos últimos dias e reestabelecido a racionalidade nas cotações, a verdade é que as condições para melhora de preços em São Paulo permanecem presentes, com a melhora das margens da indústria, encurtamento dos diferenciais de base e diminuição de oferta. A resistência das indústrias maiores para pagamentos acima da referência em São Paulo continua grande, porém caso as exportações apresentem recuperação com os dados preliminares dos primeiros dias de setembro já indicam, vai ficar difícil segurar os preços do boi no patamar atual.



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