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Scot Consultoria

Físico estabilizou, já o futuro...


Quinta-feira, 11 de agosto de 2016 - 14h40

O mercado físico parece ter encontrado um ponto de equilíbrio e as cotações pararam de cair na maioria das praças pecuárias do Brasil. Essa realidade não deriva da melhora da demanda, que infelizmente continua deixando muito a desejar, mas sim da pouca oferta disponível, que mesmo diante da forte diminuição dos abates, não é suficiente para dar vazão a preços menores no boi gordo.


O interessante e inusitado dessa semana foi a movimentação do mercado futuro, que vem sendo na direção oposta à do físico, continuando o movimento de queda e, precificando pela primeira vez no ano, uma curva de preços invertida na entressafra, ou seja o contrato de setembro está sendo negociado abaixo do mercado físico atual. Outubro/16 ainda continua com um pequeno ágio, mas enquanto esse ágio chegou a mais de R$12,00/@ no final de abril, hoje ele está em apenas R$1,50/@, evidenciando um grande pessimismo com a evolução dos preços no restante da entressafra. Acompanhe na figura 1 a evolução dos preços do Índice Esalq à vista na linha branca, set/16 na linha amarela e out/16 na linha verde.


Muito desse pessimismo com as cotações futuras pode ter sido derivado do movimento do dólar que vem caindo sistematicamente contra o real nas últimas semanas, chegando a bater na mínima dos últimos 12 meses a R$3,12, colocando pressão adicional sobre o setor exportador que era o único que ainda tinha algum resultado positivo na indústria. 


A queda do dólar trouxe o valor da nossa arroba a US$48,50/@, máxima desde início de 2015 e mesmo considerando a alta recente, é bom termos em mente que considerando um período mais longo ainda estamos abaixo da média de mais longo prazo. Acompanhe na figura 2.


A grande vantagem do Brasil é justamente a de ser um grande produtor, capaz de atender mercados em demandas de volume e qualidade a preços bastante competitivos. Quando movimentos cambiais começam a impactar a margem dos exportadores o mais natural é que ocorram aumentos dos preços em dólares de modo a contrabalancear a questão cambial. Logicamente essas renegociações levam tempo e, no primeiro momento os volumes embarcados podem sofrer quedas, a exemplo do que aconteceu agora no mês de julho. A tendência maior, no entanto, é que uma vez que o dólar alcance um novo patamar de equilíbrio, a fluidez das exportações volte a ganhar corpo. Até agora o problema da demanda foi o que pesou mais sobre a precificação da arroba nos últimos meses e a tendência normal para uma entressafra é que os problemas de diminuição de oferta reequilibre a balança no sentido de pelo menos uma pequena recuperação de preços. Nesse ano, com os problemas do confinamento, essa tendência tende a se intensificar. A conferir.



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