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Scot Consultoria

Margem da indústria na mínima, e agora?


Quinta-feira, 2 de junho de 2016 - 14h40

Conforme era esperado, o mercado físico tem trabalhado em ambiente muito firme no Brasil inteiro e, mesmo após as recentes altas, as escalas de abate permanecem na mesma toada da semana anterior, ou seja, com a imensa maioria das indústrias com menos de uma semana de escala, sendo que muitas delas com apenas um ou dois dias. O mercado físico, no entanto, não tem correspondido à altura da restrição da oferta e as altas ocorridas ainda têm sido tímidas, com a média dos negócios em São Paulo hoje subindo para ao redor de R$156,00/@ à vista e com o indicador à vista a R$156,43/@.


A razão para essa reação tímida dos preços é a dificuldade de venda de carne no mercado interno, que trouxe a margem das indústrias para um dos menores níveis desde 2005. Acompanhe na figura 1, como a margem da indústria no mercado interno, medida pela diferença dos preços da carne com osso no atacado com os preços do boi gordo, só esteve abaixo do patamar atual em outras duas ocasiões desde então, em julho de 2008 e no final de janeiro de 2015.


A situação de quem depende das vendas no mercado interno é muito complicada e não dá para esperar nenhum alívio à frente, já que o primeiro giro de confinamento já está seriamente comprometido pelos custos da alimentação e a oferta de gado de pasto tem tendência decrescente nos próximos meses. Além disso, com o desemprego em alta não dá para esperar nenhuma notícia positiva com relação à demanda por carne bovina neste ano. 


É fato que a situação atual é insustentável e para que os preços do boi tenham continuidade na tendência atual de alta, os preços do atacado terão que reagir e essa reação virá na medida em que a diminuição dos abates afetem de forma importante a disponibilidade de carne no mercado. Esse processo deve ocorrer ao longo do mês de junho e, até que isso se complete, a resistência das indústrias para pagar preços mais altos tende a ser grande. 


Atualmente o objetivo de curto prazo dos pecuaristas em São Paulo é conseguir “arredondar a nota” e vender a R$160,00/@, à vista, de fato alguns negócios pontuais com boiadas diferenciadas e próxima das indústrias já começam a ser reportados nesse nível, porém, ainda há um longo caminho a ser percorrido até que essa realidade se torne a média dos preços. Ao que tudo indica, um maior volume de oferta será encontrado somente nestas condições. Vamos conferir.



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