• Quinta-feira, 18 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Mercado Pressionado


Quinta-feira, 5 de maio de 2016 - 14h40

O mercado físico de boi gordo permanece pressionado e a oferta, que até a semana passada era suficiente apenas para manter as escalas de abate estáveis, aumentou, possibilitando que algumas indústrias até saíssem das compras após completarem as escalas da próxima semana.


Já fazia um certo tempo que essa situação não acontecia na praça paulista e o reflexo disso tem sido a pressão nos preços do mercado físico, com o indicador à vista caindo 2 reais, saindo de 155,26 do dia 28/04 para os atuais R$ 153,15 de 04/05.


No curto prazo, o cenário mais provável ainda é o de preços pressionados, já que a saída dos animais engordados em pasto tende a continuar acontecendo e, por enquanto, não há sinais de melhora na demanda por carne, nem no mercado interno e nem no mercado externo. 


Aliás, os dados da exportação de abril divulgados nessa semana indicaram queda de 21% frente ao mês passado e alta de apenas 4% frente a abril de 2015. Ainda com relação à oferta, algumas escalas já avançam para a terceira semana do mês, período no qual as compras a termo dos frigoríficos normalmente se concentram, podendo diminuir ainda mais o apetite, sobretudo das grandes indústrias.


Além disso, os diferenciais de base permanecem nas máximas, incentivando a compra fora de São Paulo e dificultando qualquer movimento de alta na praça paulista.


O que também não tem mudado é o cenário de escassez de milho no Brasil, que mantém os preços rompendo recordes de máxima semana após semana. Nem mesmo o anúncio da isenção das tarifas para importação foram suficientes para segurar a trajetória de alta das últimas semanas e, nesse cenário, o custo de alimentação do confinamento continua em muitos casos inviabilizando a operação. Acompanhe na figura 1 a relação de troca projetada pelos mercados futuros de boi e milho para a entressafra de 2016, que atingiu a sua mínima do ano até o momento.


A queda de preços nesse final de safra, até o momento, tem sido bastante comedida. O alto custo do confinamento e o consequente desinteresse pela atividade pode nos levar a um cenário de falta de oferta na entressafra como não ocorre já há alguns anos. 


Existem alguns fatores que tendem a atenuar esse cenário, notadamente a diminuição do ágio (e possível deságio) nos preços do boi magro e o diferencial de base muito aberto, causando possíveis aumentos de preços em maior intensidade nos estados de fora, do que em São Paulo, além, é claro, da fraca demanda no mercado interno que não irá se reverter no restante do ano. De toda forma, não há até o momento fatores que indiquem que a tendência de alta para o restante do ano tenha sido revertida.




<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja