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Como (e quando) será o final da safra?


Quinta-feira, 7 de abril de 2016 - 14h30

Uma grande parte das regiões pecuárias de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás já estão sem chuvas há pelo menos 15 dias e as previsões climatológicas indicam que essa situação se estenderá por pelo menos mais 10 dias. Essa estiagem já está afetando negativamente a capacidade de suporte das pastagens e acendendo o sinal amarelo na cabeça de muitos pecuaristas com relação à evolução desse final de safra.


O reflexo dessa situação na oferta de boi gordo foi mais evidente no estado de Goiás, onde as escalas tiveram uma sensível evolução da semana passada pra cá, com reflexos negativos nos preços. Já em São Paulo esse movimento foi bem menos homogêneo e se por um lado ainda existem indústrias com apenas um ou dois dias de escala, por outro já existem algumas plantas com as escalas da próxima semana completas, o que não ocorria já há bastante tempo. Essa situação ainda não foi suficiente para causar uma queda de preços, mas já causou uma certa diminuição dos negócios fechados na banda de cima dos preços.


Essa indefinição com relação ao rumo dos preços no curto prazo, somada às notícias sobre possíveis modificações na lei sobre a recuperação de ICMS, sobre compras de bois de fora de São Paulo, tem tido como reflexo um aumento da volatilidade no mercado futuro que há muito tempo não se via. No espaço de uma semana, os contratos de abril/16 e maio/16 tiveram máximas de R$160,00/@ e R$159,10/@, e mínimas de R$157,25/@ e R$155,01/@, respectivamente, isso sem contar a volatilidade intradiária que proporcionou boas oportunidades de negócios para quem opera buscando pequenos ganhos de curto prazo.


De todo modo, apesar de os reflexos baixistas na praça paulista ainda não serem evidentes, o fato é que a diminuição da capacidade de suporte nas pastagens é uma realidade que tende a se acentuar de agora em diante e a depender do número de animais “estocados” nas pastagens seus reflexos no físico podem ser menores ou maiores do que a queda de ao redor de R$2,50/@, que já está precificada no mercado futuro atualmente. Com uma possível antecipação desse fim de safra, a nova questão que se coloca diante do mercado agora é a situação que ocorrerá após esse possível aumento de oferta e quando isso poderá ocorrer. A dinâmica de custos de insumos e boi magro não incentivou, em nenhum momento, o confinamento de primeiro giro, muito pelo contrário atualmente ela é bastante desfavorável ao confinador em São Paulo. O reflexo disso pode ser uma maior falta de animais nessa transição de safra para entressafra. Atenção à previsão climática de médio prazo deve ser redobrada nas próximas semanas.




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