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Scot Consultoria

Pressão baixista em São Paulo, será que cola?


Segunda-feira, 21 de dezembro de 2015 - 10h15

O mercado físico do boi gordo em São Paulo permanece no mesmo cenário das últimas semanas, com escalas confortáveis e pressão baixista, porém sem incorrer efetivamente em quedas relevantes, o movimento de baixa tem se dado, como dizem no jargão de mercado, “com o freio de mão puxado”. O indicador à vista que estava no último dia 10/12 em R$146,52/@, está atualmente, em R$146,09/@, refletindo bem a situação atual do mercado. 


As escalas confortáveis e os diferenciais de base nas máximas do ano contribuem para a pressão baixista, porém existem alguns motivos que jogam contra a efetividade dessa baixa e, dentre eles destacam-se: a relação de troca em níveis muito ruins para o invernista e as boas margens da indústria no mercado interno atualmente. Acompanhe nas figuras 1 e 2.


A figura 1 ilustra a situação que todos envolvidos com a pecuária estão cansados de saber, ou seja, que a relação de troca atual é a pior dos últimos anos e está em linhas com as piores da história. Esse fator por si só, já é um enorme empecilho para o aumento da oferta nos preços mais baixos do boi gordo, somado a esse fato temos a boa condição das pastagens, sobretudo em São Paulo e Mato Grosso do Sul, que permite a manutenção dos animais em engorda na expectativa de melhorar a relação de troca com a venda de animais mais pesados. Além disso, temos o mercado futuro sinalizando preços mais altos para o restante da safra, inclusive com o contrato de mai/16 tendo a maior cotação de toda a safra atualmente, sendo esse mais um incentivo para postergar ao máximo a venda dos animais em engorda.


O outro motivo para que a pressão baixista atual tenha mais dificuldade em se efetivar está exposto na figura 2, que retrata a margem da indústria com a venda da carne com osso no mercado interno. Repare que, atualmente estamos em linha com os melhores momentos de margem nos últimos anos e é razoável imaginar que as indústrias, sobretudo as menores, estejam mais interessadas em colocar boi na escala do que em brigar para baixar preços. As margens no mercado externo não estão refletidas na figura, porém com o boi gordo em São Paulo a US$37,50/@ é de se imaginar que a margem no mercado externo esteja ainda mais favorável às indústrias exportadoras.


Diante desses fatores é de se esperar que não haja correria por parte dos pecuaristas de São Paulo para entregar bois à medida que as tentativas de recuo se acentuem. O problema é que nos diferenciais de base atuais muitas indústrias estão se abastecendo de animais do MS e até mesmo MT e assim mantendo os preços de balcão mais baixos em São Paulo. Caso esse movimento se acentue, mesmo poucos negócios que ocorram em São Paulo a preços mais baixos podem ter um impacto maior no Indicador Esalq.





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