Mercado futuro com deságio!

A situação do mercado físico com escalas bastante confortáveis é a realidade da grande maioria das praças pecuárias do Brasil. Sem notícias positivas pelo lado do consumo, seja no mercado interno ou nas exportações, a pressão de baixa vai ganhando força e aos poucos o mercado tem se acomodado em patamares um pouco abaixo dos vigorados nas últimas semanas. Na praça paulista os negócios na banda de cima dos preços, perto de R$150,00/@ já não vão mais sendo reportados e as tentativas de compra abaixo dos R$148,00/@ ganham força nos frigoríficos menores.

Esse cenário no mercado físico acabou pesando no mercado futuro, que acelerou o movimento de queda que já vinha acontecendo nas últimas semanas. No início de novembro o contrato de dez/15 estava cotado na máxima a R$153,50/@, atingindo na mínima do pregão de 2/12 R$146,01/@. Nessa data, o ágio do contrato de dez/15 contra o indicador Esalq chegou a R$4,50/@ e agora temos um deságio de R$1,90/@. É a primeira vez no ano que o mercado futuro precifica deságio com relação ao indicador à vista. Acompanhe na figura 1.

No meio desse ambiente baixista, a boa notícia para os pecuaristas foi que os demais vencimentos de 2016 não embarcaram nessa pressão e caíram menos do que os vencimentos mais curtos. O contrato de maio/16, por exemplo, fechou o pregão de 2/12 cotado a R$147,01/@, R$0,46/@ acima do contrato de janeiro/16. 

O mercado futuro com carrego na safra é uma ótima notícia, já que o custo de carrego do estoque de animais a pasto é bastante favorável. Mesmo em um mercado com deságio, o ganho de peso no período, já mais do que compensa o custo da arroba engordada, em um mercado com carrego então, essa conta é até covardia. O efeito prático disso é que todo pecuarista tem incentivos de sobra para segurar os animais em engorda frente à uma maior pressão baixista no físico. O custo altíssimo da reposição no momento também é outro fator que joga contra o sucesso da pressão baixista atual no mercado.