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Scot Consultoria

E 2016?


Sexta-feira, 23 de outubro de 2015 - 17h08

O contrato de out/15 já vai caminhando para seu final de forma um tanto quanto melancólica, baixos volumes negociados e pouca volatilidade, oscilando, praticamente, entre R$148,00 e R$148,50/@, com um Índice Esalq à vista a R$148,17/@ sem indicações, portanto, de maiores emoções até a próxima semana. O cenário para o resto de 2015 permanece na mesma tendência com que começamos o ano, ou seja, com mercado futuro em alta, precificando um ágio interessante e apresentando oportunidades de venda da produção de forma remuneradora por parte dos pecuaristas.


Se 2015 pode ser considerado um bom ano para a pecuária, o cenário desenhado para 2016 parece não ser tão promissor e apresenta mais riscos do que oportunidades até o momento. A alta do dólar teve impacto muito maior nos insumos usados pela pecuária, como adubos, suplementos minerais, milho e soja do que no preço final do boi gordo, afetando sobremaneira as margens dos confinadores ou de quem tem utilizado estratégias mais intensivas de suplementação a pasto. Acompanhe na figura 1 como nesta mesma época, há um ano atrás, a relação de troca @/milho atingiu seu pico de 6 sacas de milho/@ indicando um ótimo momento para o confinamento. Atualmente estamos de volta a média dos últimos anos ao redor de 4,50scs/@. Os contratos futuros de boi out/16 e milho set/16, apesar de ainda apresentarem muito pouca liquidez, também nos mostram uma realidade bem próxima da atual, ou seja, ainda sem boas noticias para o pecuarista.



Se o cenário na alimentação não se mostra promissor, o da reposição é muito mais preocupante. O nível de preço de bezerros, garrotes e bois magros se mantém nas máximas históricas e sem nenhum sinal de arrefecimento, pelo contrário, com o início da estação chuvosa o mais provável é que o cenário de firmeza nos preços se intensifique ainda mais para o resto do ano. Se não bastasse toda essa dificuldade, não podemos deixar de mencionar o risco do evento climático El Niño, que segundo as previsões meteorológicas tem potencial para ser um dos mais fortes da história, trazendo excesso de chuva para os estados do Sul, temperaturas recordes e aumento do risco de veranicos prologados para Sudeste e Centro Oeste, além de seca no Norte e Nordeste.


Além disso tudo, temos ainda todas as incertezas político econômicas, com seus reflexos no câmbio, inflação e dólar. Diante de um cenário tão incerto e da concorrência da renda fixa com juros em alta, o mais provável é que o ritmo de investimento na pecuária seja diminuído. Para quem ainda permanecer investindo, uso dos mercados futuros de boi e milho vão ser ainda mais para gerenciar o risco de preços, o problema é que até agora tanto a liquidez quanto os prêmios de risco para 2016 tem deixado muito a desejar.



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