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Diferenciais de base nas máximas


Sexta-feira, 7 de agosto de 2015 - 14h59

A expectativa de melhora na demanda da carne com a virada do mês, volta as aulas e Dia dos Pais, fez com que houvesse também uma expectativa de melhora de preços no mercado do boi na virada do mês. De fato houve alguma melhora nas ofertas de compra, sobretudo por parte das indústrias menores, porém, o movimento foi de curta duração. Altas de R$1,00/@ ou R$2,00/@ no mercado físico encontraram bons volumes de venda e a expectativa de altas maiores acabou se dissipando e mantendo o mercado praticamente estável.


O mercado futuro reagiu muito positivamente a essa expectativa de melhora, com o contrato de out/15 subindo de ao redor de R$144,70/@ no final da semana passada, para a sua máxima recente a R$146,39/@ no pregão de 5/8. A incapacidade do mercado físico de continuar o movimento de alta, no entanto, esfriou os ânimos e o futuro não conseguiu sustentar os ganhos, devolvendo toda a alta acumulada na semana, estando cotado ao meio dia do pregão de 6/8 a R$144,40/@.


Um aspecto muito importante da precificação do boi gordo em São Paulo não vem sendo abordado com a devida atenção ultimamente, que é a ampliação dos diferenciais de base com as outras praças pecuárias. Os diferenciais vieram se ampliando ao longo do ano, porém o movimento se intensificou no último mês e atualmente todas as praças pecuárias relevantes do Brasil estão com o diferencial para São Paulo nas máximas dos últimos doze meses, como pode ser observado na tabela 1:




Essa ampliação dos diferenciais de base funciona como uma ancora aos preços de São Paulo, impedindo que valorizações mais consistentes ocorram, mesmo diante de uma melhora nas margens das indústrias, já que caso o apetite de compra aumente, faz muito mais sentido comprar fora de São Paulo. Diante disso, mesmo que ocorra alguma alta nas praças vizinhas, isso não necessariamente se refletirá a praça paulista.


Outro fator que joga contra uma alta mais sustentada dos preços é o fraco desempenho das exportações no ano até agora. O resultado final do mês de julho apresentou uma retração de 23,0% no volume exportado frente a julho de 2014, isso mesmo diante da forte alta do dólar, que ajuda a melhorar ainda mais a competitividade de nossa carne no mercado internacional. Até agora em todos os meses havia a expectativa da melhora das exportações e mês após mês essa expectativa foi frustrada.


Diante de todos esses fatores jogando contra maiores valorizações do boi, o único fator altista fica sendo a possível falta de oferta pelo desincentivo ao confinamento no restante da entressafra. Movimentos de alta devem ser encarados como oportunidade para comprar seguro de preço mínimo a preços mais competitivos.



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