Novas máximas no mercado

O cenário no mercado físico e futuro de boi gordo não mudou e o encurtamento das escalas em patamares abaixo até do que vinham sendo observados nas últimas semanas ditam o ritmo e forçam novas altas nas diversas praças pecuárias. Em São Paulo, os preços máximos chegaram até aos R$150,00/@ e a mínima ficou nos R$145,00/@, com o indicador Esalq à vista renovando sua máxima nominal histórica a R$147,61/@.

O mercado futuro seguiu a tendência e o contrato de maio renovou sua máxima histórica, que está atualmente em R$149,10/@. Já o contrato de outubro, que tem tido menos liquidez e, portanto, menos movimentos especulativos, não conseguiu renovar sua máxima que está atualmente R$157,50/@, feita no dia 20/3.

É difícil não ser repetitivo quanto à analise do cenário atual, mas a alta recente do boi gordo não foi acompanhada pela carne no mercado interno, o que novamente atuou no sentido de espremer ainda mais a margem da indústria, como pode ser observado na figura 1, evidenciando a diferença entre a carne com osso no atacado e o valor pago pelo boi gordo em São Paulo.

Se por um lado muitos participantes ainda não têm atuado de forma mais decisiva na venda de contratos no mercado futuro, por outro a demanda por compra de opções de venda tem aumentado bastante com a alta do mercado. Para o vencimento de maio, houve negócios em volume considerável na opção de venda de nível R$145,00/@, com custo de R$0,55/@, e na de nível R$148,50/@ com custo de R$1,50/@.

Por enquanto, a tendência de firmeza de preços no mercado físico persiste, já que a total ausência de incentivos para a venda ainda perdura, com pastagens em boas condições e reposição em níveis altos e, muitas vezes, até mesmo sem conexão com a realidade, de modo que, até o momento o maior gatilho para uma queda acentuada de preços ainda é a situação delicada da indústria e possível saída de players do mercado. Nesse caso, a proteção via opções de venda sempre é muito interessante, talvez por isso a demanda tenha aumentado ultimamente.