• Quinta-feira, 28 de março de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Qualquer semelhança é mera coincidência?


Sexta-feira, 31 de outubro de 2014 - 16h04

Os mercados físico e futuro de boi gordo aceleraram o movimento de alta que vem ocorrendo desde o início de setembro. Na última semana os reajustes foram diários e, dia após dia, o recorde nominal de preços do Índice Esalq veio sendo batido. A alta acumulada na semana é de 2,0%, com o indicador à vista cotado a R$138,46/@. Esse movimento, no entanto, não foi suficiente para dar algum fôlego às escalas de abate e a maior ocorrência de negócios a R$140,00/@ em São Paulo provavelmente irá puxar ainda mais o indicador à vista nos próximos dias.


A boa notícia da semana foi a forte alta na carne, já que a restrição de oferta devido à diminuição dos abates das últimas semanas finalmente conseguiu romper pra valer a barreira dos R$8,00/kg no atacado de carne com osso, estando hoje em seu maior patamar histórico próximo dos R$8,50/kg e finalmente dando algum fôlego a margem das indústrias.


Já abordamos nesse espaço algumas vezes que o mercado de boi gordo no Brasil tem pouca correlação com outros mercados mundiais e que por isso mesmo acaba ficando um pouco alheio à movimentações de outras commodities cotadas nas bolsas americanas. Apesar de a correlação entre o contrato de boi gordo negociado na BM&F e seu "irmão" da bolsa de Chicago ser muito pequena, a movimentação das duas commodities nessa semana foi bastante parecida, com ambos os contratos renovando dia após dia as suas máximas históricas, rompendo patamares até então nunca atingidos. Acompanhe na figura 1 onde a linha branca mostra a evolução dos preços do boi gordo nos EUA e a verde os preços do Brasil (Índice Esalq à vista).


Mesmo com os movimentos de alta e baixa não sendo exatamente coincidentes, a magnitude do movimento é bem parecida, com os preços nos EUA no ano de 2014 até o momento subindo 25,0% contra uma alta de 20,0% no Brasil. A situação da oferta nos EUA é ainda mais restrita, com o rebanho bovino de lá voltando para patamares de 50 anos atrás, evidenciando um cenário de preços firmes no mercado mundial de carne bovina, já que os dois maiores produtores mundiais enfrentam problemas de oferta. 


Nesse cenário, a indústria mundial vem enfrentando uma situação um pouco adversa, já que o repasse da alta de preços não tem ocorrido na mesma magnitude dos aumentos em sua matéria prima e essa situação deve perdurar nos próximos anos. Como o Brasil é onde existe mais espaço para ganhos de produtividade, provavelmente seremos os maiores beneficiados desse ambiente firme no mercado mundial, porém, ao custo de deixar de atender mercados muito sensíveis a preço que provavelmente se voltarão para a Índia em busca de carne a preços mais acessíveis, porém com qualidade muito inferior. De um modo ou de outro, a expectativa é muito positiva para a pecuária nos próximos anos.




<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja