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Físico achou o piso, e agora?


Sexta-feira, 1 de agosto de 2014 - 15h39

A queda de braço entre indústria e produtores no mercado físico nas últimas semanas tem sido maior do que o habitual. A razão principal é a situação expressa na figura 1, que evidencia a diferença entre o preço da arroba e o preço da carcaça com osso em São Paulo, apontando para a pior margem da indústria nos últimos dois anos. A indústria vinha vendo sua margem no mercado interno espremida pela dificuldade de escoamento da carne e pela dificuldade em se forçar recuos condizentes no boi gordo. De toda forma, a pressão foi tão forte, que mesmo num ambiente de oferta apenas ajustada foi possível impor uma queda nos preços ao redor de R$4,00/@ em São Paulo nos últimos 30 dias para os atuais R$118,55/@.


Com uma ligeira concentração da saída dos animais do primeiro giro do confinamento, houve uma acomodação nas escalas na praça paulista, o que aliado à redução dos abates possibilitou o sucesso da tentativa de recuo de preços e acabou forçando também a diminuição ainda maior dos diferenciais de base, que já vinham fechados historicamente. Ocorre que essa situação já tem chegado perto do limite, já que a diminuição dos estoques causados pela redução dos abates e a expectativa de melhor desempenho na venda de carne bovina com a virada do mês, dia dos pais e volta às aulas já colocou um piso para as cotações da carne com osso, inclusive com altas ocorrendo já durante essa semana.


A dificuldade em se forçar recuos muito abaixo do importante patamar psicológico dos R$120,00/@ em São Paulo já era até certo ponto esperada, e, após 30 dias de quedas praticamente ininterruptas é provável que as cotações ganhem um certo fôlego na virada do mês. A questão que se põe agora é qual será a movimentação do mercado futuro frente a isso tudo, já que o ágio embutido nas cotações da entressafra permanece historicamente bastante alto. 


O ágio de outubro sobre julho ficou ao redor de 5,0% durante praticamente todo o movimento de queda, evidenciando que o mercado entendia que a situação de pressão nos preços seria pontual. Se a possível alta de preços no mercado físico causar altas maiores na curva de preços do restante da entressafra, essa pode ser uma ótima oportunidade para fixação de preços de quem ainda está descoberto, ou a compra de opções de venda para garantia de preços mínimos. O ambiente macroeconômico atual não permite ter grandes expectativas com relação à demanda e mesmo restrições maiores de oferta terão dificuldades para forçar altas maiores nos preços do boi gordo.




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