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Diferenciais de base estreitando


Sexta-feira, 11 de julho de 2014 - 14h21

O mercado físico de boi gordo tem trabalhado em ambiente pressionado nas últimas semanas em todo o Brasil, e essa pressão tem tido relativo sucesso, na medida em que se trazer os preços em São Paulo para testar o importante patamar dos R$120,00/@ à vista, patamar onde a grande maioria dos negócios é realizada hoje na praça paulista. Porém, essa queda não tem sido suficiente para melhorar a margem da indústria, que vem diminuindo dia após dia conforme chamávamos a atenção no artigo da semana passada. Isso fica bem evidenciado quando comparamos a evolução do preço da carcaça com osso e do indicador à vista em São Paulo desde o início de junho. Enquanto a carcaça caiu 6,25%, o boi em São Paulo caiu apenas 0,5% no período e daí deriva toda a pressão que a indústria tenta impor no mercado atualmente.


Surpreendentemente o que tem ajudado a segurar um pouco a pressão de baixa em São Paulo são os diferenciais de base que vêm se estreitando muito nas últimas semanas. Esse tem sido um movimento meio geral, porém, algumas praças com menor volume de animais confinados tem se destacado, como é o caso do Mao Grosso do Sul onde já houveram negociações efetivadas no mercado físico no mesmo patamar dos preços de São Paulo. É claro que essa ainda não é a regra, mas só o fato de os preços máximos do MS estarem no patamar dos preços paulistas já é fenômeno raro o suficiente para chamar a atenção. Acompanhe na tabela 1 os diferenciais atuais e sua evolução nos últimos meses.


O ambiente de pressão baixista atual é devido, em sua maior parte, à dificuldade do escoamento da carne no mercado interno, pois se a baixa estivesse sendo causada pelo aumento da oferta, o esperado seria que os diferenciais de base estivessem abrindo, já que o maior volume de oferta está fora de São Paulo. Esse enfraquecimento da demanda em um momento de virada do mês com Copa do Mundo chama muito a atenção e nos deixa muito preocupados com sua evolução para o restante do ano, já que a confiança do consumidor na mínima dos últimos anos, crescimento do PIB abaixo de 1,0% e desemprego tendendo a aumentar devem impactar ainda mais negativamente o consumo. 


Se por um lado a oferta realmente não permite quedas mais acentuadas de preço, por outro, vai ficando cada vez mais difícil termos preços na entressafra muito superiores às máximas observadas em março desse ano. Preços no mercado físico em julho abaixo dos praticados em maio e junho são um mal começo para a entressafra.




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