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Scot Consultoria

Cadê a demanda da Copa?


Sexta-feira, 27 de junho de 2014 - 16h18

A expectativa com relação aos impactos positivos da Copa do Mundo no Brasil eram muito disseminados em toda a economia. Setores como o hoteleiro e o de empresas aéreas eram os mais eufóricos com o possível aumento da demanda gerado pelo grande fluxo de torcedores acompanhando os jogos. A realidade, porém, vem se mostrando muito frustrante e praticamente todos os ramos de negócios estão aquém da expectativa, já que se de um lado o fluxo de turistas está maior, de outro todo o restante da economia real se retrai, com feriados, ponto facultativo em dias de jogos, etc.


O setor pecuário não ficou imune a esse cenário e, na verdade, tem sofrido com essa realidade de duas formas: uma com a fraca demanda por carne bovina e outra com o ligeiro aumento de oferta dos últimos dias. A carne bovina até esboçou uma reação de preços no começo do mês, mas não se sustentou e voltou a ceder, com reclamações frequentes da baixa demanda e comentários de aumento de estoques com as indústrias. Do lado da oferta, é provável que a expectativa de aumento da demanda na Copa tenha levado muitos pecuaristas a programar a saída de lotes de confinamento, semi confinamento ou pasto justamente para essa época, o que acabou pressionando o mercado nessa semana. O indicador à vista terminou a semana cotado a R$122,46, e está cotado atualmente a R$121,27, caindo 1,0% na semana. Acompanhe a movimentação dos preços carne e do boi gordo na figura 1. 


O fato de a carne não estar conseguindo se sustentar em patamares mais remuneradores nem durante a Copa do Mundo tem deixado muitos preocupados, já que as notícias econômicas são muito pessimistas e a chamada "ressaca" da Copa tende a piorar as coisas a partir de julho. Para dificultar ainda mais a situação, o dólar tem operado em forte queda no mês de junho, inclusive fazendo a mínima desde abril, novamente testando o patamar de R$2,20/dólar e, portanto, impactando negativamente nas exportações, que já apresentam redução de ritmo frente a maio.


Atualmente as expectativas de maiores altas para o restante do ano vão perdendo força e quem tem essa visão se baseia na possível redução da oferta no segundo semestre. Os preços do milho em queda com a entrada da safrinha brasileira e a expectativa de safra recorde americana tem jogado contra essa possibilidade pelo barateamento da ração em confinamento e semi confinamento, a conferir.




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