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Scot Consultoria

2014 sem safra?


Sexta-feira, 31 de janeiro de 2014 - 13h58

O preço do boi gordo no mercado físico até ensaiou uma ligeira queda na semana passada, quando o indicador Esalq à vista atingiu seu menor valor no ano a R$112,64/@, no dia 20/1,  na esteira da queda nos preços da carne e consequente achatamento da margem das indústrias, porém, a queda teve vida curta. A dificuldade de comprar animais após os recuos fez com que as escalas de abate encurtassem muito, forçando a retomada dos preços nos patamares anteriores à queda.


Esse teste fracassado de se impor recuos, mesmo frente à menor demanda por carne em janeiro, foi um forte sinal de que a oferta realmente está restrita e, a partir daí, o mercado futuro passou a operar em forte alta. O destaque da alta foi o contrato de maio, que subiu mais de R$5,50/@ desde o dia 22/1, chegando aos atuais R$113,70/@ e precificando uma queda de apenas R$0,85/@ dos patamares atuais de preço, indicando que o mercado futuro atual praticamente descarta uma queda de preços nessa safra. Acompanhe na figura 1.



Essa precificação atual da curva de preços na safra abre boas oportunidades para arbitrar o melhor momento de se enviar os animais ao abate. Como o custo da engorda a pasto é muito competitivo, preços de final de safra próximos dos atuais representam, na prática, um grande incentivo para manter os animais em engorda e vender bois mais pesados no final da safra, ao invés de abatê-los agora. Via de regra, o custo de engorda é menor do que o valor apurado nas arrobas engordadas "a mais".


Por mais que o mercado esteja muito firme como agora, é sempre arriscado apostar que em nenhum momento da safra a oferta poderá aumentar. É sempre importante lembrar que a participação de fêmeas nos abates da safra é maior e o descarte das fêmeas vazias após a estação de monta representa sempre uma melhora na oferta. Além disso, a entrada da seca também pode forçar algum aumento de oferta. De todo modo, uma curva de preços em alta como a atual é uma ótima notícia para o setor de produção e abre muitas oportunidades para que 2014 seja um ótimo ano para os produtores. Vamos torcer para que esse cenário não configure uma enorme dificuldade para a indústria, pois para ser sustentável é necessário que esta consiga repassar os aumentos tanto no mercado interno, como no externo.




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