Tudo que sobe desce?

O mercado de boi gordo vem trabalhando em alta já há praticamente 1 mês, com o índice ESALQ à vista subindo ininterruptamente desde o dia 21/11, quando estava cotado em R$108,19/@, subindo até os atuais R$112,88/@ e ainda sem dar sinais claros de que o movimento pode ter chegado ao fim.

A demanda aquecida pela carne no mercado interno e externo e a baixa disponibilidade de animais de confinamento e/ou de pasto ditam o ritmo do mercado e, mesmo com valorizações diárias no preço do boi gordo, a margem da indústria na venda da carne com osso no mercado interno continua num patamar melhor do que a média do ano até agora.

O mercado futuro que operou em alta por impressionantes 16 pregões consecutivos, teve uma pequena redução no pregão de 10/12, porém, já voltou a subir novamente, inclusive renovando a máxima do contrato de dez/13 a R$114,15/@ ao meio dia do pregão de 12/12. 

Com 2013 caminhando para o seu fim, as atenções já se voltam para 2014 e as expectativas são as melhores possíveis, perspectivas de valorização maiores no dólar favorecendo as já aquecidas exportações e Copa do Mundo e eleições favorecendo o consumo interno. A questão é saber quanto desse otimismo já está embutido nos preços do mercado futuro para 2014, que precifica janeiro a R$112,50/@, maio a R$109,00/@ e outubro a R$116,00/@. 

Até o momento toda tentativa de venda especulativa para qualquer vencimento em aberto tem sido mal sucedida, já que as cotações em alta no mercado físico tem impedido qualquer movimento de baixa mais sustentado nas cotações futuras, porém, é importante ter em mente que em situações como essas, as correções tendem a ser muito violentas e, com certeza, ela virá antes de que o físico inverta a tendência. 

O comportamento da carne no início de janeiro, quando a demanda é historicamente muito mais fraca do que em dezembro, é um ponto importante a ser observado para tentar antecipar uma possível correção nos preços futuros.