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Scot Consultoria

Comparação 2010 x 2013


Sexta-feira, 4 de outubro de 2013 - 14h59

Não há muito a acrescentar à realidade do mercado nesta semana, em relação à semana passada. A oferta de animais prontos para abate permanece muito restrita e as escalas ainda em patamares extremamente desconfortáveis para a indústria. A maioria dos lotes grandes de confinamento já está comprometida em negócios a termo e há grande disputa pelas boiadas disponíveis. 


O último período de alta tão prolongado no mercado de boi foi em outubro de 2010, quando o contrato de out/10 saiu do nível de ao redor de R$85,00/@ para ao redor de R$110,00/@. A alta atual ainda é pequena perto do que aconteceu em 2010, porém, comparações com o momento atual vêm sendo cada vez mais frequentes. É lógico que os fundamentos de oferta e demanda de cada ano são muito particulares e com certeza um não é igual ao outro, mas, de toda forma, vale a pena comparar a evolução dos preços de agora com o que foi até agora o maior stress de alta no mercado de boi gordo nos últimos anos.


Para facilitar a comparação, colocamos no mesmo gráfico a evolução dos preços do boi gordo e da carne com osso em SP, ambos na base 100, para facilitar a visualização da intensidade de cada movimento. A principal semelhança entre os anos está no fato de que nos dois o preço da carne subiu mais do que o preço do boi no início do movimento. No momento atual, a alta da carne acima da alta do boi já perdura por mais tempo do que em 2010, mas em 2010 a intensidade dos movimentos foi bem maior do que a atual. 
Outro fator que chama a atenção é que em 2010 a alta da carne perdeu força, mas mesmo assim os preços do boi gordo ainda continuaram subindo por um tempo. É exatamente essa a situação que o mercado pode enfrentar ao longo de outubro, já que existem alguns relatos de dificuldade de escoamento da carne nos patamares de preços atuais.


Inclusive, essa dificuldade no escoamento de carne é um dos fatores que têm feito o mercado futuro inverter a tendência e passar a trabalhar abaixo dos preços do Índice Esalq atual, precificando que até o final do mês o mercado físico de São Paulo retornará para patamares abaixo de R$110,00/@, à vista. Com certeza, se a dificuldade do escoamento da carne persistir, a relutância das indústrias em pagarem mais pelo boi aumentará. Porém, se a restrição de oferta continuar ao longo do mês, dificilmente será possível impor recuos no mercado físico com base apenas na dificuldade de venda da carne, e o mais provável é que as indústrias tenham que trabalhar com margens mais reduzidas, ou até mesmo negativas, até que haja algum aumento de oferta mais significativo.





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