Carne no MI na mínima do ano

O mês de agosto já vai caminhando para sua quinzena final e vai ficando cada vez mais difícil esperar alguma reação da carne no mercado interno. Nem o aumento sazonal da demanda no começo de mês, com a volta às aulas e o dia dos pais, foi suficiente para enxugar o excesso de estoques e permitir algum fôlego nas cotações da carne com osso, que permanecem pressionadas, recuando 7,60% desde sua máxima há exatamente um mês, a R$6,70/kg, para os atuais R$6,19/kg, praticamente igualando a mínima do ano de meados de fevereiro, a R$6,18/Kg. Acompanhe na figura 1.

Como cerca de 80% de nossa produção ainda é destinada ao mercado interno, nem mesmo o forte aumento, de cerca de 30% no volume exportado pelo Brasil, na esteira do dólar acima de R$2,30, está sendo suficiente para aliviar a pressão na margem das indústrias. Dessa forma, a pressão permanece no mercado de boi gordo e mesmo em um ambiente sem grande excesso de oferta as cotações vão cedendo e, aos poucos, os pecuaristas acabam entregando nos preços menores.

A cotação atual do contrato de ago/13, ao redor de R$100,40/@, trouxe esse contrato para o nível em que se encontrava em meados de junho e, por enquanto, a boa notícia é que ele está no mesmo nível do Índice ESALQ, à vista, sinalizando a expectativa do mercado de que possa haver uma parada na queda de preços no mercado físico.

A outra boa notícia para os confinadores é que os contratos mais longos, notadamente o de out/13 não estão caindo no mesmo ritmo dos curtos e o spread ago/13 x out/13 que chegou a ser negociado ao redor de R$1,00/@ está atualmente em R$2,60/@, o que se não é ainda um carrego maravilhoso, pelo menos é melhor do que a situação anterior. Além disso, a opção de venda de out/13 de nível R$101,00/@ foi negociada a R$1,00/@, permitindo portanto ainda a compra de seguro de preço mínimo líquido de  R$100,00/@ em São Paulo. No geral, há uma forte resistência em precificar out13 abaixo de R$103,00/@ e o sentimento geral é de que pode haver espaço para altas uma vez que esse "problema" da carne no mercado interno seja equacionado, porém, a realidade do curto prazo ainda é de mercado levemente pressionado.