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Scot Consultoria

O “X” da Questão


Sexta-feira, 9 de agosto de 2013 - 10h18

Os mercados físico e futuro do boi gordo têm operado em baixa nas últimas semanas, com o Índice Esalq à vista recuando em um mês de sua máxima a R$103,39/@ para os atuais R$101,00/@. 


A entrada dos primeiros lotes de animais de confinamento e a venda de animais de pasto depois das geadas em Mato Grosso do Sul têm sido considerados os responsáveis por essa queda.


Porém, talvez o maior culpado atualmente seja a carne com osso, que teve forte recuo e até o momento não se recuperou, sendo que a maior demanda do início do mês tem sido suficiente apenas para manter os preços estáveis, sem ainda sugerir alguma recuperação.


Como a queda da carne foi bem mais acentuada do que a queda dos preços do boi gordo, a margem das indústrias no mercado interno piorou significativamente, estando atualmente no menor valor dos últimos dois anos, que coincidência ou não, também aconteceu em meados de agosto de 2011. 


Observe na figura 1 a comparação entre o valor da carne com osso e o Índice Esalq, à vista.


No gráfico, o nível 0 corresponde ao preço no qual o valor da carne com osso paga 100% do valor da arroba, e assim logicamente, quanto mais negativo for o valor, pior é a margem da indústria no mercado interno. 


A média do período é de -2,75 e atualmente estamos próximos de -8,0. Repare que estamos no pior momento de venda de carne no mercado interno nos últimos dois anos e esse é o fator determinante para a resistência em pagar mais pela arroba e tentativas de recuos de preço.


Mesmo considerando que as exportações estão sendo muito favorecidas pelo câmbio, ao redor de R$2,30/dólar, o mercado interno ainda é o responsável pelo escoamento em torno de 75% da nossa produção, portanto as dificuldades no mercado interno são mais importantes que o bom desempenho do mercado externo na precificação da arroba.


De todo modo, a dificuldade em conseguir sucesso nas tentativas de recuo de preços em todo o Brasil, mesmo diante da atual situação, pode ser entendida como um sinal de que atualmente não temos um cenário de oferta em excesso e, portanto, alguma melhora nos preços da carne no mercado interno já poderia ser suficiente para fazer diminuir sensivelmente a pressão baixista. 


Vamos conferir se a demanda do dia dos pais consegue melhorar essa situação.





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