A principal notícia da semana é a escala do dólar que atingiu sua máxima dos anos anteriores, cotado atualmente acima de R$2,23, com uma alta vertiginosa nos últimos dias como pode ser observado no gráfico ao lado.
A alta do dólar vem sendo um fenômeno mundial, com a sinalização do início da retirada dos estímulos econômicos pelo Banco Central norte-americano, mas como a percepção de risco do Brasil está muito pior, o movimento de alta do dólar frente ao real é ainda mais pronunciado.
Neste embalo, o mercado vai testando novas máximas para a moeda dia após dia e o pregão de 19/6 foi emblemático, já que o Banco Central brasileiro não atuou. A cotação do dólar subiu durante o dia, rompendo máxima acima de máxima.
As consequências desta disparada do dólar para a receita dos exportadores são óbvias, já que recebem mais reais com a venda da mesma quantidade de mercadorias. Isto com certeza aumenta a demanda das indústrias por matéria prima.
Esta nova realidade está se refletindo no mercado futuro de milho, que vem subindo acompanhando a alta do dólar. No mercado futuro de boi gordo esta alta não vem sendo a realidade, inclusive no pregão de 19/6, à medida que o dólar fazia novas máximas, os contratos futuros de boi operavam em queda.
O mais interessante disto é que o balanço oferta x demanda do boi é amplamente mais apertado do que no milho. Nem mesmo a realidade de escalas curtíssimas no mercado físico somada à forte alta do dólar foi suficiente para animar o mercado futuro a colocar mais ágio na curva de preços.
Fica aberto para debate as razões do pessimismo que vem sendo a marca do mercado futuro até agora, uma vez que em nenhum momento tivemos prêmios substanciais.
Será que apenas a expectativa de aumento do volume de animais confinados no segundo giro é a responsável por esta situação?
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